Por Alzira Rodrigues
Motivada pelo aumento das vendas e do faturamento este ano, a indústria de autopeças deverá ampliar em 35% seus investimentos no País em 2018. De acordo com o Sindipeças, os aportes deverão atingir R$ 2,52 bilhões no próximo ano, ante o total de R$ 1,87 bilhão programado para 2017. Entre 2012 e 2013, quando o mercado ainda batia recordes, os investimentos das autopeças ficaram na faixa de R$ 4 bilhões a R$ 4,5 bilhões. Baixaram para R$ 2,4 bilhões em 2014 e nos três anos seguintes, incluindo o atual, ficaram abaixo dos R$ 2 bilhões. Este ano, em particular, houve pequeno acréscimo de 2,5% no valor aplicado em relação a 2016.
Além da melhoria do mercado, também a nova política industrial para o setor, o Rota 2030, tem gerado maior ânimo na indústria de autopeças. O setor teve poucos benefícios com o Inovar-Auto, programa que se encerra no próximo dia 31 de dezembro e favoreceu principalmente as montadoras locais, com incentivos baseados em metas de eficiência energética e gastos em pesquisa e desenvolvimento.
Já o Rota 2030 deve ser bem mais favorável, caso se confirmem as já debatidas medidas de recuperação da base fornecedora. Dentre elas, um plano de refinanciamento dos atuais débitos das empresas de autopeças para que, em posse da certidão negativa, possam obter novos empréstimos. As próprias montadoras também poderiam ajudar estabelecendo uma carteira de pedidos seguros de autopeças para os próximos anos.
Com base no que já foi divulgado do novo programa, pesquisa do Sindipeças indica que 70% das empresas do setor acreditam que ele trará mais benefícios ao setor. A questão é saber se o Rota 2030 sai mesmo. Suas divulgação deveria a princípio ocorre em agosto, depois foi reprogramada para o início de outubro e até agora. Apesar das incertezas que ainda cercam o Rota 2030, o presidente da Anfavea, Antonio Megale, continua confiante que ele saia ainda este ano.
De qualquer forma, todos os indicadores do Sindipeças são favoráveis para o próximo ano. De acordo com o seu último relatório sobre o desempenho do setor, o faturamento deve crescer 6,3%, para R$ 73,8 bilhões, e o quadro de mão de obra pode chegar a 172,8 mil trabalhadores, com 8,2 mil contratações. Este ano, pelos dados do Sindipeças, o quadro foi ampliado em apenas 2,4 mil postos, num total de 164,6 mil funcionários.
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