Nova geração não guarda qualquer relação com as anteriores e coloca a picape em patamar mais elevado em conforto e desempenho
Por Rafael Pravadelli
Antes de assumir o comando de uma picape média, é preciso “virar a chave” do cérebro para quem está acostumado a dirigir hatches e sedãs. Maiores e mais pesadas, as picapes médias não têm o desempenho de um automóvel, em especial nas primeiras marchas. Parece óbvio, mas geralmente a comparação é inevitável.
Durante dez dias, Ao Volante percorreu 2.511 km com a Nissan Frontier , cerca de 2 mil deles em estradas, a partir de São Paulo até a Serra do Rio do Rastro, Santa Catarina, ida e volta, passando por Curitiba, Joinville, Navegantes, Itajaí, Laguna, São Joaquim, Urubici, Blumenau, Pomerode e Luiz Alves. Pouco mais de 575 km em passeios naquelas cidades do Paraná e de Santa Catarina. A Frontier fez média de 12,5 km/l com diesel S10, média plausível, à medida em que o veículo transportou – o tempo todo – quatro adultos e uma criança e 300 quilos de bagagens.
Uma semana antes de iniciar a viagem, Ao Volante foi conhecer a Nissan Frontier em uma concessionária em São Paulo, onde o consultor de vendas fez algumas considerações sobre a picape, entre elas de que “o veículo é totalmente novo. Nada tem a ver com a geração anterior” e enfatizou um de seus features: o sistema de limpeza automática do filtro de diesel particulado. Além de – obviamente – desfilar um sem-número de qualidades.
De fato, a décima-segunda geração da Nissan Frontier mostrou que subiu de patamar, a começar pelo motor de 2.3 litros, biturbo diesel eletrônico com intercooler e injeção direta, que entrega 190 cavalos de potência a 3.750 rpm e torque de 45,9 kgfm a 2.500 rpm, acoplado a uma transmissão automática de sete marchas com função manual sequencial. É conjunto, aliás, que, depois de rápida adaptação ao volante, proporciona condições de dirigibilidade de um automóvel, assim como a suspensão double-wishbone (dianteira) e multilink com molas helicoidais (traseira), responsável por uma condução suave e confortável.
Com o motor “cheio”, auxiliado por turbocompressores, a Nissan Frontier desloca facilmente os 1.985 kg de peso em ordem de marcha, somados aos mais de 500 quilos de carga e ocupantes. Com sobra, essa picape movimenta os 3.035 kg de peso bruto total.
A tecnologia de motorização e os itens de conforto privilegiam esta geração da Frontier, mas a força da picape não nega fogo à vocação de trabalho. Com tração integral, o veículo supera condições adversas de piso, como em estradas de terra e em desníveis acentuados, onde as picapes 4×2 não conseguem vencer obstáculos mais rigorosos.
Ao Volante ouviu dois proprietários de oficinas mecânicas sobre as gerações anteriores da Nissan Frontier. Ambos destacaram o altos custo de manutenção por conta da necessidade de troca frequente da bomba de combustível e outros componentes do sistema de alimentação. Na avaliação de Pietro Costantino, do Centro Automotivo Messina, “sem dúvida, é um grande avanço uma picape ter o sistema de limpeza automática do filtro de diesel particulado porque boa parte dos proprietários de picapes médias trafega diariamente por estradas de terra, especialmente na região Centro-Oeste, onde esses veículos têm larga aplicação. Outro ponto positivo da nova geração da Frontier é a injeção direta, responsável por economia de combustível e mais potência. As respostas do motor são bem melhores”.
Nesse contexto, vale ressaltar a política de preços dos programas de revisões da Nissan Frontier, cujos valores são de R$ 595,00 (10, 30 e 50 mil km) e de R$ 1.155,00 (20, 40 e 60 mil km), para itens trocados e inspecionados. Confira no site www.nissan.com.br.
Não é preciso enfatizar que todo veículo precisa ser analisado do ponto de vista de suas propostas. E a Nissan Frontier tem ao menos duas: a vocação inegável para o trabalho pesado durante a semana e, depois de uma boa lavagem, poder tranquilamente encostar na porta de um restaurante ou de uma festa com o louvor de um carro de passeio.
Fotos: Rafael Pravadelli/ Divulgação Nissan
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