Produto

Kwid tem a missão de ser o Renault mais vendido do Brasil

Até o final do ano o veículo será vendido apenas pela internet

 

 

 

 

Desde que deixou vazar as primeiras informações a respeito do compacto Kwid, a Renault se esforça para convencer seus diversos públicos e futuros consumidores de que o modelo é um SUV compacto. Oficialmente, alerta a montadora, o carro foi homologado como tal. Mas a despeito de a empresa ter ou não razão, o importante é saber que caberá ao modelo, já em seu primeiro ano cheio de mercado, ocupar o posto de carro da marca mais vendido no Brasil, — hoje papel do Sandero, também o quarto carro mais vendido do País.

A Renault, entretanto, não faz projeções objetivas de vendas para o Kwid e tem mantido sigilo até mesmo sobre quantas unidades já foram encomendadas na pré-venda pela internet, embora diga que os pedidos foram quatro vezes maiores do que o aguardado. Luiz Pedrucci, novo presidente da operação brasileira, justifica o mistério dizendo que se tratam de reservas que não necessariamente se concretizarão em negócios fechados.

“Mas os emplacamentos ao longo dos próximos dois meses darão noção da demanda”, pondera o executivo, que assegura que já há entregas programadas para outubro e até novembro. Ou seja, quem comprar o Kwid  partir desta semana dificilmente receberá o carro antes desse prazo.

Versão Intense tem sistema de navegação...
... e revestimento dos bancos de melhor qualidade.

Lançado oficialmente nesta quinta-feira, 3, e com campanha publicitária que será deflagrada a partir desta sexta-feira, o modelo, pelo menos até o fim do ano, só poderá ser adquirido por meio da internet. Ainda que o consumidor se dirija à rede de concessionárias, já abastecida  com unidades para demonstração e test-drive, até mesmo lá o pedido será feito pelo computador. Não haverá, portanto, estoques para pronta entrega nas revendas.

São apenas três versões de acabamento — Life, Zen e Intense —, todas com motor 1.0 de três cilindros e que, respectivamente, custam a partir de R$ 23.990, R$ 35.390 e R$ 39.990. A Renault estima que a intermediária, Zen, que conta de série com ar-condicionado, direção elétrica e rádio, responderá por metade das vendas, enquanto a top por 40% e a de entrada, Life, por somente 10% dos pedidos.

E Pedrucci acredita que a grande maioria dos futuros compradores do Kwid virá da concorrência. Ele cita as informações obtidas no período de pré-venda como um bom indicador. Segundo a empresa, 83% dos consumidores declararam ter veículos de outras marcas.

A favor da marca também conta o fato de não contar com produtos nessa faixa de preço há um bom tempo, desde a aposentadoria do veterano Clio. Um universo que, calcula a Renault, representa 25% do mercado brasileiro , algo com 500 mil unidades considerados os compactos dos segmentos A — formado sobretudo por Fiat Mobi e VW up! — e B com motor 1.0.

As vendas do Kwid, assim, seriam quase que totalmente adicionais e deverão impulsionar os negócios da marca neste segundo semestre, junto com recentes lançamentos como o Captur 1.6 com câmbio CVT e a versão de trabalho da picape Oroch. Nos primeiros seis meses do ano foram emplacados 78,5 mil veículos da marca, 7,4% do mercado de automóveis e comerciais leves, a sétima maior participação.

Lição de casa feita — É certo que o compacto já reflete de forma positiva nas atividades da fábrica de São José dos Pinhais (PR). Para dar conta de todos os pedidos do mercado interno e iniciar a exportação para a Argentina ainda este ano, a empresa adotou o terceiro turno de trabalho após a contratação de 1,3 mil trabalhadores. Em 2016 saíram da planta 150 mil veículos e só primeiro semestre deste ano foram 83 mil.

No começo da semana o próprio Pedrucci anunciou aporte de R$ 750 milhões para a construção de fábrica de injeção de blocos e cabeçotes de alumínio no complexo paranaense que, além da planta de automóveis, abriga também a fábrica de motores e outra de veículos comerciais. A verba é adicional ao ciclo de investimentos de R$ 2 bilhões entre 2011 e 2019.

“Vamos crescer porque fizemos a lição de casa. Estamos investindo para ter tudo pronto quando o mercado brasileiro retomar, o que vai acontecer porque a taxa de motorização é ainda muito baixa. A única dúvida que temos é quando e em que ritmo isso se dará.”


Fotos: Divulgação Renault

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