Por George Guimarães

Ainda não dá para cravar seco, mas após os resultados de julho a Anfavea tem quase certeza de que o setor automotivo segue firme para registrar seu melhor ano de exportação em toda a história. Os números acumulados nos sete primeiros meses de 2017 já são os melhores registrados para o período ao longo de seis décadas. Até julho foram embarcados 439,6 mil automóveis, comerciais leves caminhões e ônibus, 55,3% a mais do que no mesmo período do ano passado. Somente no mês passado deixaram o País 65,7 mil unidades.

A Anfavea prefere, no entanto, manter a atual projeção –  feita no mês passado e que substituiu a inicial de apenas 7,2% de crescimento – de que deverão passar pelos portos brasileiros 705 mil veículos no ano, 35,6% a mais do que em 2016. Se assim for, de qualquer forma já seria o segundo melhor resultado histórico, superado somente por 2005, quando 724 mil veículos brasileiros foram destinados ao exterior.

Considerados somente os embarques de automóveis e comerciais leves, o desempenho é até melhor. Nos sete primeiros meses passaram pelos portos 418,1 mil veículos contra 266,9 mil em igual período de 2016.  Já as montadoras de caminhões viram as exportações crescerem 47,4%, para 16,6 mil unidades.

Os bons ventos para negócios externos empurram também a indústria de máquinas agrícolas e rodoviárias.  Com 1,3 mil exportados, julho foi o segundo melhor mês do ano e no acumulado o crescimento já é da ordem de 40,9%, com 7,4 unidades embarcadas – ao longo de todos os doze meses de 2016 saíram do País somente 9,6 mil.

Com a forte evolução nos três principais segmentos de exportação e estabilidade nos embarques de ônibus – 1.050 unidades exportadas no acumulado, recuo de somente 0,4% –, até mesmo o balanço em valores exibe curva ascendente vertiginosa.

Se em julho foram registrados negócios da ordem de US$ 1,4 bilhão, 46,8% a mais que um ano antes, nos primeiros sete meses o crescimento é de exatos 52%, com US$ 8,8 bilhões negociados, bem acima dos Us$ 7,2 bilhões da média do período registrada nos últimos dez anos.

Acordo – Apesar dos esforços dos fabricantes para diversificarem seus mercados, Argentina, México, Chile, Uruguai e Colômbia seguem como os principais destinos dos veículos brasileiros. O presidente da Anfavea, porém, acredita que ainda há espaço para crescer na região. Na Colômbia, exemplifica, apenas 5% das vendas são de veículos brasileiros. “Poderíamos ter uma fatia bem maior, de 10% a 15%.”

O esperado acordo comercial do Mercosul com o país andino acaba de ser assinado e pode assegurar novo impulso aos negócios brasileiros. O governo  acredita que no curto prazo, assim, entrará em vigor  o acordo automotivo entre Brasil e Colômbia assinado há dois anos e que zera alíquotas de importação e estipula 100% de preferência para veículos dos dois países com cotas anuais crescentes. No primeiro ano serão 12 mil unidades, 25 mil no segundo e 50 mil a partir do terceiro.

“Creio que em dois meses devemos ter algo regularizado”, diz  Megale, ponderando, com humor, que dissera o mesmo em 2015.


Foto: Divulgação/APPA

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