Até a Anfavea reconhece que a atual fatia de 11% é muito baixa. “Saudável seria de 15% a 20%”, diz Megale.
Por Alzira Rodrigues
Com queda de 18,8% nas vendas deste ano, os veículos importados continuam com participação decrescente no mercado brasileiro. Após atingir fatia de 21,7% em 2012, respondem agora por apenas 11% dos emplacamentos, reflexo das restrições impostas pelo Inovar-Auto no período 2013 a 2017. E isto somados os produtos trazidos pelas empresas associadas da Anfavea, com produção local, e da Abeifa, que reúne também importadores.
Divulgado em 2012, o regime automotivo ainda vigente elevou em 30 pontos porcentuais o IPI dos veículos importados fora do regime de cota, restringindo o mercado principalmente das marcas de maior volume sem fábrica local, como a Kia, que oferecia produtos com preços competitivos com os dos modelos nacionais.
Ciente de que a situação deve mudar a partir do primeiro dia de janeiro de 2018, quando o regime deixa de vigorar, até a Anfavea reconhece que o atual índice de participação dos importados é muito baixo. O “saudável”, admite o presidente da entidade, Antonio Megale, seria uma faixa de 15% a 20%. A concorrência dos importados é reconhecidamente importante para o avanço tecnológico dos produtos locais.
Megale acredita que com o fim do Inovar-Auto em dezembro haverá uma retomada gradual da participação dos veículos trazidos de outros países para cerca de 15%. As vendas de importados no acumulado dos primeiros sete meses deste ano limitaram-se a 132 mil unidades, ante as 162,7 mil do mesmo período do ano passado, quando detinham 13,3% do mercado. Em 2014 esse índice foi de 17,6% e em 2015 baixou para 16,1%.
Além do fim do Inovar-Auto também deve contribuir para a elevação da fatia dos importados a produção de novos veículos na Argentina, o principal parceiro comercial do Brasil no setor. “Há vários lançamentos de produtos argentinos programado pelas montadoras para o mercado brasileiro, principalmente no segmento de picapes”, comenta Megale.
Venda de importados
Ano Unidades Participação
2012 676,5 mil 21,7%
2013 586,4 mil 19,2%
2014 505,3 mil 17,6%
2015 336,0 mil 16,1%
2016 185,8 mil 13,3%
2017 132,0 mil* 11,0%
* até julho
Fonte: Anfavea
Foto: Divulgação
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