Menos de 25% dos contemplados adquirem um zero-quilômetro e, com isso, o consórcio favorece o mercado de usados
Por Alzira Rodrigues
Dados do Banco Central fornecidos por administradoras de consórcio mostram que os seminovos responderam por 75,6% dos negócios realizados por meio dessa modalidade no primeiro semestre deste ano. Menos de 1/4 dos consorciados, portanto, optou pelo zero-quilômetro na hora da retirada do bem.
Segundo as administradoras, esse movimento de migração do veículo novo para o usado tem sido crescente nos últimos anos e principalmente nos últimos meses. Pelos dados do Banco Central, até abril os seminovos respondiam por 64% das vendas efetivadas via consórcio, ou seja, houve aumento da escolha pelo seminovo em maio e junho.
Com total de 41,3 mil cotas vendidas no primeiro semestre, a Disal Consórcio confirma esse processo de migração. Os seminovos respondiam por 48,8% das retiradas feitas pelos seus consorciados no primeiro semestre de 2015, índice que subiu para 64,1% no mesmo período de 2016 e este ano já está em 65%.
“O consorciado prefere comprar um seminovo com mais opcionais do que um zero-quilômetro mais simples”, avalia Sérgio Reze, diretor-executivo da Disal Consórcio. Para adquirir uma cota o consorciado tem de optar por um modelo de carro zero-quilômetro, cujo preço vai balizar os eventuais reajustes das mensalidades. Mas na hora da contemplação o que vale é o valor do crédito. A compra é livre.
Mercado de usados – Assim como aconteceu em 2016, o mercado de usados mostra-se mais aquecido do que o de novos este ano. Segundo dados da Fenauto, Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, as vendas de veículos usados cresceram 8% nos primeiros sete meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 7,98 milhões de unidades.
O balanço da Fenauto, que incluiu automóveis, comerciais leves, caminhões e motos, indica expansão também em julho sobre junho e em todos os segmentos. No total foram comercializados 1,25 milhão de unidades no mês passado, 3,3% a mais do que no anterior. A venda de seminovos teve alta um pouco maior nesse mesmo comparativo, de 3,7%, num total de 524,9 mil veículos vendidos em julho.
O presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos, diz que a entidade acompanha essa evolução das vendas com um otimismo moderado, já que a economia brasileira ainda pode apresentar oscilações: “Mas estamos confiantes na capacidade do nosso setor de enfrentar as dificuldades com criatividade e empenho.”
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