Por Redação

Após dois dias sem produzir, a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, SP, retomou na quarta-feira, 16, operações normais, mas ainda não há definição quanto às 364 demissões anunciadas pela empresa na sexta-feira, 11. A montadora continua negociando com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que reivindica a imediata suspensão das demissões e se dispõe a discutir a abertura de um novo PDV, Programa de Demissão Voluntária, como alternativa para o gerenciamento do excedente de trabalhadores alegado pela Ford.

Na manhã da quarta-feira, 11, houve assembleia na porta da fábrica, ocasião em que o coordenador do Comitê Sindical na Ford, José Quixabeira de Anchieta, expôs aos trabalhadores os argumentos que a Ford está apresentando para justificar a redução do seu quadro de mão de obra:

“A fábrica alega que desde 2015 vem enfrentando um cenário difícil e tem sido sustentada pela matriz. E diz que de lá veio a ordem de demissão. Ela alega também que não consegue mais manter trabalhadores em layoff. Será mais uma negociação muito difícil, mas não será a primeira”, comentou o sindicalista.

A crise econômica, admitiu Anchieta, torna tudo ainda mais complicado. Mas ressaltou: “Quando está tudo bem, quando a produção está alta, a fábrica também não quer pagar aquilo que nós merecemos. Não tem negociação fácil, mas não vamos abrir mão. Vamos insistir na busca de uma solução de equilíbrio”, explicou.

Os trabalhadores iniciaram um processo de mobilização na última sexta, 11, quando pararm o setor de estamparia da fábrica. Na sequência a própria Ford suspendeu sua produção por dois dias. O Sindicato decidiu esperar até a sexta-feira, 18, na expectativa de que a Ford apresente uma proposta viável aos metalúrgicos. “Se até lá tivermos algo concreto, falaremos com os trabalhadores em layoff na própria sexta. Caso contrário, faremos uma assembleia na segunda, 21, para definir as estratégias de luta”, informou Anchieta.


Fotos: Divulgação SMABC/Edu Guimarães

Alzira Rodrigues
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