Participação no total de veículos negociados no primeiro semestre chegou a 46%, de acordo com dados da Anef, a associação das financeiras das montadoras. A expectativa, porém, é que a liberação de crédito crescerá a partir de agora e terá alta de 10,2% no ano, atingindo R$ 90,6 bilhões.
Por Redação
As compras à vista no mercado de veículos chegaram a 46% do total dos negócios realizados no primeiro semestre, recorde histórico no setor de acordo com a Anef, Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras. A entidade, no entanto, acredita que neste segundo semestre haverá aumento do volume de crédito liberado e reviu para cima a projeção para o ano.
Ante previsão anterior de crescimento de 5,5%, aposta agora em alta de 10,2%, o que significará a liberação de R$ 90,6 bilhões, volume 10,2% superior ao registrado no ano passado, de R$ 82,2 bilhões. “A venda de veículos vem registrando uma ligeira alta e o consumidor começa a esboçar mais confiança para investir em um bem de maior valor”, disse o presidente da Anef, Luiz Montenegro, na segunda-feira, 21, ao divulgar o balanço do primeiro semestre. “Nossa expectativa é a de que teremos um segundo semestre melhor na comparação com o primeiro”.
Mesmo com a revisão para cima do projetado para este ano, o executivo lembrou que os números ainda serão tímidos em relação aos anos anteriores: “A retomada será lenta, pois as pessoas ainda mantêm cautela antes de fechar um negócio”. Ao contrário da liberação de recursos, a Anef não reviu sua projeção para o saldo de financiamento, que deve crescer apenas 2,5% no ano, de R$ 162,7 bilhões em 2016 para R$ 166,7 bilhões.
Balanço – Os bancos de montadoras e as instituições independentes liberaram R$ 45,8 bilhões no acumulado de 12 meses até junho deste ano, valor 18,6% superior ao registrado nos 12 meses anteriores, que foi de R$ 38,6 bilhões. Para as operações de CDC foram destinados R$ 44,9 bilhões, com alta de 19,8% no mesmo comparativo, e para o leasing, R$ 880 milhões, queda de 22,3% em doze meses.
Em junho o sistema financeiro liberou R$ 7,9 bilhões para as operações de financiamento, volume 3% inferior ao registrado no mês anterior e 19,4% superior ao mesmo mês de 2016. Desse total, R$ 7 bilhões foram destinados às pessoas físicas e os restantes R$ 983 milhões para as empresas.
E as vendas à vista atingiram recorde de 46% dos negócios, índice próximo aos 47% de vendas feitas via CDC. Do restante, 5% foram compras por meio do consórcio e 2% via leasing. No segmento dos veículos pesados, o Finame respondeu por 60% dos negócios. No de motos, o CDC foi responsável por 36% dos contratos fechados, seguido pelo consórcio (34%) e pelas compras à vista (30%).
A taxa de inadimplência em junho nas operações de CDC registraram pequena queda, tanto para pessoas físicas como para as jurídicas. O índice para o primeiro grupo foi de 4,4%, com redução de 0,1 ponto porcentual na comparação com o mês anterior e de 0,2 ponto porcentual em doze meses. Para as empresas, a taxa de inadimplência ficou em 3,3%.
Segundo a Anef, as taxas praticadas pelos bancos ligados às montadoras continuam mais atraentes na comparação com as adotadas pelas instituições independentes. Em junho, as sus associadas cobraram juros de 20,98% ao ano e 1,6% ao mês, enquanto os independentes trabalharam com índices 24% e 1,81%, respectivamente. O prazo médio das concessões é de 41,9 meses. Já o prazo máximo oferecido pelos bancos é de 60 meses. O saldo das carteiras em junho somou R$ 161,6 bilhões, o que representou pequena alta de 0,2% em relação a maio, mas recuo de 4,6% na comparação com o mesmo mês de 2016.
Foto: Divulgação/Anef
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