Por Lael Costa

A alta ociosidade nas fábricas de veículos pesados instaladas no País ainda preocupa os dirigentes da Anfavea, mas os resultados divulgados pela entidade na quarta-feira, 6, oferecem uma visão mais otimista em relação ao que o segmento apresentou em boa parte da primeira metade do ano.

Em agosto as fabricantes de caminhões produziram 7.923 unidades, alta de 52% sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram produzidas 5.211 unidades. O volume também foi 14,2% maior em relação a julho, de 6.936 caminhões.

No acumulado do ano até agosto a produção de caminhões também cresceu. Nos oito primeiros meses de 2017, saíram das fábricas brasileiras 50.880 unidades, volume 22,5% superior às 41.537 unidades fabricadas um ano antes.

Para Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea, o desempenho da produção apresentado até aqui mostra tendência de recuperação. “O segmento vem em contínuo crescimento, mesmo que tímido, desde maio. Também a economia parece ter se descolado da crise política, apresentando melhoras nos indicadores. Mas o investidor ainda é fundamental para uma recuperação mais consistente.”

O crescimento na produção teve boa contribuição vinda das exportações. Em agosto, as fabricantes enviaram para os mercados externos 2.424 caminhões, volume 61,7% superior em relação ao registrado no mesmo mês de 2016, de 1.499 unidades.

Os embarques nos oito primeiros meses do ano somaram 18.876 caminhões, evolução de 48% na comparação com as 12.755 unidades exportadas no mesmo período do ano passado.

Também as vendas no mercado interno colaboraram com o aquecimento das atividades nas fábricas. Os 4.830 caminhões vendidos em agosto representaram alta de 9,9% em relação aos 4.834 negociados em agosto de 2016. O volume também foi 6,6% maior do que os 4.535 negociados em julho.

Segue em queda, no entanto, o resultado do acumulado do ano. No período os licenciamentos somaram 30.824 caminhões, recuo de 11,1% frente ao resultado apurado durante os mesmos oito primeiros meses do ano passado, quando os emplacamentos somaram 34.671 unidades.

Para aquecer o mercado interno, Saltini enxerga uma boa oportunidade na Fenatran, a feira de negócios do segmento, em outubro. “O evento certamente deve ajudar na recuperação e espero que seja um divisor de água. De qualquer maneira, a retomada será gradativa. Cabe lembrar que abrimos o ano com 30% de queda nas vendas internas.”

Ônibus – Os resultados do segmento de chassis apresentados pela Anfavea são menos robustos do que os de caminhões, mais ainda assim revelam sinais promissores. Em agosto, as montadoras produziram 2.191 chassis, alta de 49,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado, mas representou um recuo de 4,7% em relação aos 2.303 equipamentos produzidos em julho.

No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a produção de chassi chegou a 14.468 unidades, crescimento de 17,3% ante o resultado de um ano antes, de 12.338.

Ao contrário do que ocorreu no segmento de caminhões foram as vendas do mercado interno as responsáveis pelas altas apuradas na produção, ainda que no acumulado do ano o resultado se revele 10,5% menor em relação a um ano antes: 7.697 contra 8.600. Mas em agosto foram emplacados 1.558 ônibus, crescimento de 28,1% sobre as 1.216 unidades negociadas no mesmo mês do ano passado e alta de 25,4% em relação ao resultado de julho (1.242).

Nas exportações, os 863 chassis embarcados em agosto representaram queda de 12,5% na comparação com mesmo mês de 2016, porém, evolução de 10,9% sobre julho, quando embarcaram 778 unidades. De janeiro a agosto, as remessas de 5.745 chassis foram 2,5% menores em relação ao volume exportado no mesmo período do ano passado, de 5.890 chassis.


Foto: Volvo Trucks/Divulgação

Décio Costa