Por George Guimarães
Há tempos a indústria automotiva brasileira não sabia o que era comemorar resultados tão bons na produção como em agosto. Com 260,3 mil unidades fabricadas, foi o melhor mês desde novembro de 2014. No acumulado janeiro a agosto saíram das linhas de montagem brasileiras 1,749 milhão de veículos, 25,5% a mais do que em igual período do ano passado.
Todos os segmento registram expressivo crescimento no acumulado do ano: 25,6% em automóveis e comerciais leves, 22,5% em caminhões caminhões, 17,3% nos ônibus e 25,8% em máquinas agrícolas e rodoviárias.
As montadoras de caminhões, particularmente, experimentam momento bastante diverso dos últimos três anos de seguidas quedas. Com 50,9 mil veículos fabricados até agosto, 7,9 mil só no mês passado, já em setembro poderão aesbarrar no volume total de 60,6 mil unidades montadas em 2016.
Antonio Megale, presidente da Anfavea, credita o excelente resultado do ano à recuperação do mercado interno e, sobretudo, ao ótimo desempenho das exportações. O setor bateu seu recorde histórico para os oito primeiros meses ao superar 506 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus embarcados, crescimento de 56,1% sobre o mesmo período de 2016.
Considerando também as 8,6 mil máquinas enviadas para outros países até agosto — 39,9% a mais do que no ano passado —, as exportações brasileiras de veículos atingiram US$ 10,272 bilhões, praticamente o mesmo valor registrado ao longo dos doze meses do ano passado, US$ 10,6 bilhões, e 53,2% a mais do que nos oito primeiros meses de 2016. Só no mês passado foi faturado US$ 1,455 bilhão, o segundo melhor resultado mensal do ano.
Após o desempenho do setor no mês passado, a Anfavea reviu sua projeção para o número de embarques que deverá ser consolidado ao final de dezembro. Se até julho estimava 705 mil veículos, 35,6% a mais do que em 2016, agora considera cerca de 745 mil, crescimento de 43,3%. Se assim for, superará em 20 mil veículos o total de 2005, marca recodre em mais de seis décadas do setor.
Emprego em alta – Os números crescentes de produção impactaram positivamente no quadro de empregos do setor. Agosto fechou com somente 2,9 mil trabalhadores enquadrados no regime PSE, de jornada de trabalho reduzida, e outros 3,4 mil em lay-off. No encerramento do mês as montadoras tinham em seus quadros 126,3 mil funcionários, 1,1 mil a mais do que em julho. É o maior nível de emprego no setor em 2017.
“Esse é um sinal de que as empresas estão voltando a produzir e a acreditar no mercado”, diz o presidente da entidade, que no entanto destaca que o setor ainda trabalha com ociosidade média em torno de 51%.
Fotos: Divulgação/FCA
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