Empresa

Cummins produzirá seus turbos pesados em Guarulhos

Nova linha custou US$ 600 mil e pode produzir 44 mil componentes

 

Por George Guimarães

Os veículos da Scania serão um pouco mais brasileiros a partir do começo de 2018. Isso porque a Cummins Turbo Technologies, CTT, inaugurou oficialmente nesta quinta-feira, 14, linha de produção no complexo da Cummins de Guarulhos (SP) para fabricar seus turbos Heavy Duty, que, importados, equipam os veículos da montadora sueca fabricados em São Bernardo do Campo (SP).

Projeto e implementação da nova linha, revela Ellen Costa, líder de vendas de aftermarket da CTT, consumiram US$ 600 mil e quase dois anos de trabalho. Curiosamente, em período de forte baixa do mercado interno de caminhões e também ônibus.

Essa aparente contradição tem duas explicações: os fabricantes de caminhões necessitam aumentar o índice de conteúdo local de alguns modelos para enquadrá-los em programas como o Finame e a própria CTT vislumbra boas oportunidades para os turbos pesados em vários mercados de reposição na América do Sul.

Além disso, com a nacionalização do sistema a empresa busca também diminuir sua exposição às frequentes variações cambiais. Até hoje os turbos da linha Heavy Duty, oferecidos no mercado interno com a marca inglesa Holset, são trazidos da Inglaterra e China, outras duas bases produtivas do conglomerado multinacional com sede em Columbus, Estados Unidos.

A operação brasileira da CTT surgiu em 1987 e desde então  produz turbos das gamas Light Duty e Mid Range para veículos mais leves e entregues diretamente às montadoras ou ao mercado de reposição sul-americano. Com a nova linha para pesados — apta a fabricar 8 turbos por hora, 44 mil por ano —, a capacidade produtiva anual do complexo esbarrará nos 150 mil componentes.

Ocupar toda essa nova capacidade adicional, porém, depende não só da Scania, que começará a receber as primeiras peças nacionais no primeiro trimestre de 2018.  A CTT espera, na verdade, ampliar o portfólio de clientes com a nacionalização, que num primeiro momento, admite Ellen Costa, não representará preços menores. A expectativa é de que isso seja possível somente com o eventual aumento da escala e após a absorção dos custos do projeto.

Em 2018, projeta a CTT, devem ser fabricados algo em torno de 3 mil turbos. O número pode ser ainda maior, caso novos contratos de fornecimento, já  em prospecção,  sejam fechados no transcorrer dos próximos meses.


Fotos: AutoIndústria/ Divulgação CTT

Compartilhar
Publicado por
George Guimarães

Notícias recentes

Volvo garante cinco estrelas no primeiro Truck Safe do Euro NCAP

Novo protocolo de testes de segurança da organização passa por avaliações dos estágios de um…

% dias atrás

Dulcinéia Brant é a nova VP de compras da Stellantis na região

Ela substitui Juliano Almeida, que terá nova posição global na empresa

% dias atrás

Automec 2025 terá 700 expositores de outros países

É um número 20% superior ao da edição de 2023, também realizada no São Paulo…

% dias atrás

Stellantis apresenta a STLA Frame para veículos grandes

Plataforma a bateria da fabricante promete autonomia de até 1.100 km

% dias atrás

Com fraco desempenho de elétricos, mercado europeu cresce 0,7% em 2024

Ford vai demitir 4 mil trabalhadores na região até 2027

% dias atrás

Mercedes-Benz negocia 480 ônibus para BH

Transporte de passageiros

% dias atrás