Com nova empresa nacional, marca coreana pretende vender 3 mil unidades de quatro modelos em 2018
Por George Guimarães
Os veículos SsangYong voltarão ao Brasil no primeiro trimestre de 2018. Após dois anos do fim das importações por meio da empresa brasileira Districar, a marca coreana escolheu a Venko Motors, com sede em Salto (SP) e que já representou aqui as chinesas Chery e a Rely, para ter nova operação local, agora sob o nome SSangYong Brasil. Desta vez, asseguram executivos da montadora e da própria Venko, para não mais sair.
“Nunca quisemos abandonar o Brasil. O representante anterior teve problemas administrativos e o próprio mercado mudou muito. Agora, com o fim do Inovar-Auto e com uma taxa de câmbio mais estável, o ambiente para os importados é bem melhor”, justifica Jong Dee Lee, diretor de exportação da fabricante, que vislumbra potencial no mercado brasileiro para utilitários esportivos e picapes, exatamente os tipos de produtos fabricados pela SsangYong na Coréia do Sul.
Resgatar antigos e conquistar novos consumidores, afirma Marcelo Fevereiro, diretor técnico da Venko, passa necessariamente pela imediata constituição de rede de distribuição e, principalmente, de serviços de pós-venda. A frota circulante de veículos da marca no Brasil é de aproximadamente 16,5 mil unidades, que agora, após dois anos sem amparo, voltarão a contar com o suporte técnico da nova empresa.
“Esses quase milhares de clientes agora são responsabilidade nossa. Vamos inclusive assegurar as garantias dos produtos que foram vendidos pelo importador anterior. Se, por exemplo, um veículo tinha direito a três meses restantes de sua garantia, concederemos esse mesmo prazo após, após averiguarmos todas as condições. Estudaremos caso a caso”, diz Fevereiro.
A estruturação da rede de distribuição e serviços começou desde março, logo após a assinatura do contrato entre montadora e Venko, e já há quinze pontos de atendimento credenciados, parte deles trabalhando com a marca desde a operação anterior. Mas o plano é de que a rede seja pelo menos o dobro disso até o começo do ano que vem. “E queremos ter 50 representantes plenos já no fim de 2018”, diz o diretor, que utilizou como um dos critérios para a determinação dos primeiros pontos assistenciais o mapeamento dos emplacamentos da atual frota.
Contrato longo — A nova empresa, na verdade, é a terceira tentativa da marca de se estabelecer no Brasil. A primeira, de 1995 a 1998, por meio de importação da ITC, empresa com sede em Barbados, e depois de 2001 a 2015, por meio de acordo com a Districar.
O contrato entre a Venko Motors e a montadora é de dez anos e prevê renovações subsequentes a cada cinco anos. Em Salto já está sendo constituído um centro de distribuição de peças com mais 10 mil metros quadrados, que já começa a receber componentes e peças dos novos e antigos veículos, a maioria vinda da Coreia, onde está a única planta da empresa em todo o mundo.
Lá também são fabricados os motores da marca, que no passado, graças a um acordo de colaboração, ficou conhecida por utilizar propulsores Mercedes-Benz.
Localizada no Sul do país, a fábrica da SsangYong deve produzir 170 mil veículos este ano, quase 8% a mais do que em 2016, perto de um terço para a exportação. No ano passado foram exportados 53 mil veículos, 44% para a Europa. O maior mercado na América do Sul é o Chile, que comprou 7 mil unidades somente em 2016.
Produtos e preços — Mas já partir do ano que vem o Brasil deve figurar como o segundo maior destino dos carros e picapes coreanos da região. A empresa calcula negociar em seu primeiro ano cerca de 3 mil unidades dos quatro modelos que importará em um primeiro momento: os utilitários esportivos Tivoli, XLV e Korando, e a picape Actyon Sports. Os dois primeiros com motores 1.6 a gasolina, de 128 cv, e os dois últimos com um diesel 2.2 de 180 cv, câmbio Aisin automático de seis marchas e tração nas quatro rodas.
Gerson Pittorri, presidente da SsangYong Brasil, não antecipa preços. Os modelos serão apresentados oficialmente em novembro , quatro meses antes do início das vendas. “É o tempo que precisamos para apresentar a nova rede autorizada”, esclarece o executivo, que assegura que “todos os modelos e versões terão preços muito competitivos, inclusive em relação a produtos fabricados aqui no Brasil”.
A nova empresa admite ainda que estuda a importação de outros modelos, como o New Rexton, apresentado recentemente, e até mesmo o desenvolvimento de versões com motores flex para o mercado nacional. Tudo, claro, a depender dos resultados da marca e do próprio mercado a partir do ano que vem.
Fotos: Divulgação/ SSangYong
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