Fabricante mostra na Fenatran as ferramentas que contribuirão para a companhia sair mais forte no pós-crise
Por Lael Costa
Luis Pasquotto, presidente da Cummins Brasil e vice-presidente da Cummins Inc., não tem mais dúvidas de que uma nova fase de crescimento no mercado de veículos comerciais bate novamente na porta, não só no Brasil, mas no mundo. “Os sinais são evidentes na economia e no ambiente de negócios. O empresário está mais confiante, o emplacamento de caminhões, por exemplo, que cresce mês a mês, reflete esse novo clima.”
Pasquotto conta que os últimos anos foram duros, período de adequações e reduções custos em geral, em todas as áreas da empresa. “Em 2015 ficou claro que a crise não era apenas uma marola. Mas colocamos no cabeça que mesmo nesse cenário tínhamos de fazer resultado. Não adianta o processo de racionalização na empresa e ficar sem peça para atender”, exemplifica.
Os resultados vieram, principalmente em desenvolvimento de produtos e na condição de assumir um novo papel, mais como fornecedora de soluções para o trem de força do que como somente como fabricante de motores diesel. A empresa optou pela diversidade energética para nortear suas estratégias para o futuro. Na Fenatran a companhia mostrará boa parte desse movimento ao mesclar as tendências e as soluções de prateleiras.
“O futuro não assusta a Cummins. Enxergamos as novas tecnologias com naturalidade”, pondera Pasquotto. “Além da tecnologia do diesel, investimos também no gás, em combustíveis alternativos e na eletrificação. Seja qual for a tecnologia adotada, quando o mercado estiver pronto, a Cummins estará pronta.”
Embora não esteja presente na Fenatran, o Aeos, o caminhão elétrico conceito da empresa revelado recentemente nos Estados Unidos, a Cummins dará destaque à tecnologia de eletrificação na exposição. A fabricante já considera a solução como realidade para o mercado daqui dois anos, quando a partir daí passa a trabalhar no aumento da autonomia do veículo elétrico.
Para atender à necessidade atual, o visitante poderá conhecer de perto o motor ISB 2.8 com tecnologia EGR e turbo de geometria variável. O motor foi adotado pela Volkswagen Caminhões e Ônibus para estar presente no mais recente lançamento de caminhões Delivery de maneira específica no semileve Express. O equipamento, porém, tem outra versão que adota o SCR, de pós-tratamento de gases com uso de Arla 32, também fornecido para a nova família de caminhões da Volkswagen, no caso para o Delivery 6.160.
A Cummins mostrará também o ISB 6.7 com 20 cavalos de potência a mais, para 310 cv e 1.100 Nm de torque e uma novidade em teste com montadoras instaladas aqui, o ISG 12, um motor de 12 litros com 510 cv e 2.305 Nm. O motor é uma inovação para aplicação em caminhões com PBT (Peso Bruto Total) acima de 45 toneladas ao aliar alto desempenho e baixo peso, tem apenas 860 kg.
“Nossa missão é agregar valor”, resume Rafael Torres, diretor de engenharia de motores da Cummins para a América Latina. “O amplo conhecimento de mercado que temos nos permite desenvolver tecnologia e produtos mais adequados para os clientes locais.”
Além da tecnologia de motores, a Cummins ainda investe na integração do motor com a eletrônica embarcada. Uma das maiores novidades da empresa é o Adept. A ferramenta eletrônica para veículos com câmbio automatizado que monitora motor e transmissão e escolhe a melhor região para as trocas de marcha, como também faz o veículo operar o maior tempo possível na faixa de melhor desempenho do motor.
O presidente da Cummins espera que a Fenatran sirva de termômetro para confirmar seu otimismo, que já projeta um crescimento de 28% na produção de motores de Cummins sobre os 27.000 que produziu no ano passado. A expectativa do executivo é de que o mercado de caminhões encerre 2017 na faixa de 50.000 a 60.000 unidades. “O ano que vem ainda será de recuperação, mas não me surpreenderia se o mercado crescer de 15% a 20%.”
Foto: Cummins/Divulgação
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