Por Alzira Rodrigues
Com quadro produtivo ajustado ao atual momento do mercado brasileiro e usufruindo do banco de horas para realizar trabalho extra, a Mercedes-Benz anunciou na segunda-feira, 9, investimento de R$ 2,4 bilhões na sua operação brasileira durante os próximos cinco anos. O aporte será destinado à continuidade da modernização das fábricas instaladas no País rumo à Indústria 4.0, à melhoria contínua dos veículos comerciais da marca e ao desenvolvimento de novos produtos e de tecnologias de serviços e conectividade. O objetivo é ter ganhos de produtividade da ordem de 15%.
Ao comunicar a aprovação do plano quinquenal pelo board da Alemanha, o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Philipp Schiemer, fez questão de ressaltar o momento econômico favorável, mesmo que admitindo ainda haver um longo caminho a percorrer em busca dos números do passado – 149 mil emplacamentos em 2013.
Os investimentos para o período de 2018 a 2022 são bem maiores do que os praticados de 2015 a 2018, total de RS$ 800 milhões – que está em fase antecipada de conclusão. A média anual do próximo ciclo é de R$ 480 milhões/ano, contra os R$ 266 milhões do anterior.
Ano que vem – O presidente da Mercedes-Benz mostrou-se otimista com relação ao próximo ano, projetando crescimento de 20% nas vendas de caminhões sobre as 45 mil unidades projetadas para este ano, quando haverá pequeno decréscimo em relação a 2016 – 47 mil caminhões emplacados. O mercado de ônibus, na sua avaliação, deverá crescer 12% em 2018.
Dentre as boas notícias reveladas por Schiemer, o fim dos programas de layoff e PSE, Programa Seguro Desemprego, na fábrica do ABC paulista, que voltou a operar com 1 turno integral em setembro e ainda realiza horas extras compensadas pelo banco de dados de dias não trabalhados no período da crise, e a retomada do mercado de caminhões: “As venda diárias que estavam em 196 unidades em agosto está em 213 agora em outubro”.
Schiemer disse que ainda não está definido o período de férias coletivas para este ano, mas já adiantou que não será longa, de praticamente um mês, como aconteceu nos últimos três anos. A empresa conta hoje com 7,7 mil funcionários em São Bernardo do Campo e 700 em Juiz de Fora. Produz 160 veículo/dia, metade da capacidade instalada com operação em dois turnos. “Estamos com o quadro ajustado para um turno de trabalho, ou seja, a ociosidade é relativa”.
Para 2018, ele aposta no bom desempenho da agricultura, na retomada da construção civil e em investimento em logística. Este ano a montadora emplacou 9.343 caminhões de janeiro a setembro, liderando as vendas nos segmento com 28,4% de participação. Suas vendas externas de caminhões cresceram 42,8% no período, com 6.428 unidades embarcadas. As de ônibus tiveram alta de 8,5%, num total de 4.729 chassis.
O foco principal do novo aporte será a fábrica de São Bernardo do Campo, SP, mas também Juiz de Fora, MG, passará por modernização. Além de produzir todas as cabines dos produtos da marca, a unidade industrial de Minas Gerais também faz o caminhão Actros, que só deixará de ser fabricado lá quando vier sua nova geração.
Fotos: Divulgação Mercedes-Benz
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