Negócios

Meritor estreia na Fenatran e em novo segmento

A volta da normalidade ao mercado de caminhões faz a fabricante de eixos esperar crescimento nas vendas de até 20%

Por Lael Costa

Embora de corpo e alma no setor de transporte, a Meritor só participou da Fenatran de maneira indireta, com seus componentes montados nos veículos expostos. Na próxima edição, de 16 a 20 de outubro, no São Paulo Expo, em São Paulo será diferente, além da empresa participar fisicamente leva novidades para a categoria de veículos comerciais leves, segmento para o qual começará a fornecer eixos.

Na exposição a companhia lançará uma nova geração da família X de eixos traseiros, o MS-10X e o MS-11X. O primeiro destinado para veículos de até 9 toneladas e, o segundo, para até 14 toneladas, de peso bruto total (PBT).

De acordo com Luís Marques, gerente de marketing e aftermarket da empresa para a América do Sul, os novos eixos já estão na prateleira da companhia, mas principalmente para o MS-10X há grande potencial, porque a Meritor não tem participação para este tipo de participação de até 9 toneladas na América do Sul. “A opção que tínhamos era superdimensionada. Agora, queremos trazer os clientes de volta, com eixo e preço certo”, conta. “Já temos clientes acertados para fornecimento no ano que vem”, adianta.

A segunda novidade, o MS-11X, já presente em ônibus do Caminho da Escola, substitui o MS 113 com vantagens. O produto ganhou maior força de tração e maior confiabilidade, pois as engrenagens não são cortadas, mas forjadas.

O cubo de roda unitizado será o terceiro lançamento da empresa, que promete ser um divisor de águas para o setor. O componente garante vida útil cinco vezes maior na comparação com o cubo convencional. O produto é capaz de rodar mais de 1 milhão de quilômetros sem manutenção periódica graças a um sistema selado de rolamentos.

A Meritor já não tem dívidas a respeito da recuperação do mercado de caminhões. Sustentada nos sinais positivos da economia e baseada em análises próprias, a empresa entende que os grandes volumes de venda do passado causaram estoques gigantescos, que foram sendo ajustados nos últimos anos.

O estudo mostra que no primeiro semestre de 2015, uma das fases mais agudas da crise, o inventário das montadoras acumulava 33,9 mil unidades, enquanto a produção somou 23,3 mil e as vendas, no mesmo patamar, de 23 mil veículos. Agora, no terceiro trimestre de 2017, o estoque acumulava 13,2 mil unidades, a produção 23 mil e as vendas 22,3 mil. Ou seja, um ajuste de 20 mil unidades no inventário ao longo de pouco de dois anos.

“O que está no estoque hoje é o que ninguém quer”, observa o gerente de marketing. “Depois, as exportações estão em alta e crescendo. Também aquele caminhão comprado com crédito barato, entre 2010 a 2012, está velho, custando caro para o transportador operar. As montadoras não tem outra saída senão produzir.”

Diante do cenário, a Meritor espera uma alta na produção de caminhões em 2017 em torno de 27%, o que fará com que suas vendas cresçam 20%. “No ano passado, já havíamos anunciado esse crescimento e preferimos manter a projeção, apesar do resultado até agora estar acima de nossa visão, entre 21% e 22%.”


Foto: Meritor/Divulgação

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Décio Costa

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