Prejudicada, como todas as marcas importadas de grande volume, pelo programa Inovar-Auto, a JAC Motors se prepara para novos tempos sem as amarras do programa governamental que sobretaxaou e criou cotas para os veículos importados e determinou cotas. Em 2018  a empresa espera vender cerca de 10 mil veículos aqui— um salto e tanto considerados  os 2,5 mil registrados de janeiro a setembro deste ano —, a quase totalidade de SUVs, configuração de carroceria escolhida para representar a marca chinesa aqui desde este segundo semestre, quando os modelos J# e J3 Turin deixaram de ser importados. Além dos utilitários esportivos, a empresa  venderá o caminhão leve  V260, já nas revendas, e uma van, a Sunray, que deve chegar mais para o fim do ano, após   o T20, SUV compacto que será o modelo de entrada da marca. Animado com  o autal ritmo do mercado e com o fim do Inovar-Auto, Sérgio Habib, presidente da empresa,  afirma: “Poderemos vender o que conseguirmos e não mais o que o governo permitir”.

Por George Guimarães

Porque o mercado brasileiro está reagindo tão fortemente?

Um dos fatores, com certeza, é a queda das taxa de juros. Hoje se comora um carro financiado mais barato do que no início do ano e é bom lembrarmos que 65% das vendas de veículos são financiadas. Outros dois são a volta do confiança do consumidor e a demanda reprimida dos últimos três ou quatro anos. Pessoas que compraram um carro em 2012 ou 2013, anos de mercado aquecido, deixaram de comprar na crise e agora já consideram trocar seus veículos que têm três anos ou mais de uso.

O crescimento do mercado interno em 2017 será de que ordem?

Devemos chegar a 2,2 milhões de veículos, uns 11% a mais. No primeiro trimestre o mercado não cresceu, no segundo, cresceu 5% e no terceiro, perto de 13%. Neste quarto trimestre deve evoluir uns 20%.  A média diária de vendas em outubro é de 9 mil unidades contra 7,5 mil de outubro do ano passado. Já estamos girando, portanto, em um ritmo de 2,4 milhões de unidades anuais.

Quanto  a JAC espera vender no Brasil no ano que vem?

Estimamos cerca de 10 mil veículos. Vamos vender o que conseguirmos e não mais o que o governo permitir, como aconteceu nos últimos anos.

Além do T20, já anunciado, haverá outras novidades em produtos?

Só não trouxemos o S40 com câmbio automático por ocnta da cota, mas  importaremos essa versão a partir de março do ano que vem. O T8, que vendemos aqui, pertence a um segmento que, curiosamente, não emplaca no Brasil. É uma particularidade do nosso mercado. Tentamos vendê-la para hotéis, para tudo  o que  segmento, mas é um mercado quase inexistente. Por isso, vamos importar  uma van maior, a Sunray [ modelo do porte da Mercedes-Benz Sprinter].

A rede atual da JAC é adequada para esse novo momento do mercado a pártir de 2018?

Hoje temos  22 revendas e 26 pontos assitenciais. Já temos certa a abertura de mais nove concessionárias até o fim de 2018, mas tenho certeza de que serão mais. A ideia é voltar a ter de 50 a 60 revendedores no médio prazo,  por volta de 2019 ou 2020.  Isso para vendermos pelo menos 15 mil veículos anualmente, já que A média mínima aceitável por consessionária é de 30 veículos mensais. Menos que isso, é inviável.

Porque investir em veículos de carga novamente?

Essa era uma vontade da JAC da China desde que iniciamos a representação. Argumentei que antes era necessário criar a imagem de marca antes e disseque que preferia vender antes uns 50 mil automóveis para depois  ingressar nesse segmento.  Já vendemos nesses seis dea empresa mais de 80 mil veículos.  É importante lembrar também que o segmento de VUCs foi o de menor queda entre os caminhões.  chegou a  12,6 mil unidades em 2011  e deve fechar este ano com 8,2 mil emplacamentos, um recuo de 49,4% mas ainda assim bem menor  do que a média do mercado, que saiu de mais de 170 mil para menos de 50 mil no mesmo período.


Foto: AutoIndústria

 

George Guimarães
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