Por Alzira Rodrigues
Paralisada há 23 dias por causa da greve de seus funcionários na fábrica de Jacareí, SP, a Chery informa não ter sido avisada oficialmente sobre a publicação das intenções de venda da unidade brasileira na Bolsa de Valores da China. Por essa razão, prefere não comentar sobre o assunto por enquanto. Quanto à greve, confirma apenas que a produção está parada por falta de acordo entre as partes, sem revelar suas perdas no período.
O anúncio da intenção de venda de pouco mais de 50% do controle de sua fábrica no Brasil foi publicado pela Chery na China na semana passada. De acordo com o comunicado da empresa, o valor estimado para o negócio é da ordem de US$ 64 milhões e as propostas devem ser encaminhadas até o próximo dia 7 de novembro.
Enquanto não recebe o comunicado oficial da intenção de venda, a Chery brasileira continua enfrentando problemas com o movimento dos seus trabalhadores, que estão em campanha salarial. Em audiência de conciliação na terça-feira, 17, o TRT propôs reajuste salarial de 3,73%, renovação dos direitos previstos no acordo coletivo, redução no valor do convênio médico, implantação de Plano de Cargos e Salários, estabilidade de 90 dias e pagamento dos dias parados.
Na audiência, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, ficou definido que as partes discutiriam sobre a proposta do TRT no dia seguinte, fora do tribunal. Mas a Chery, segundo o sindicato, não aceitou o acordo e insiste em reajuste de 1,73%, equivalente à inflação do período e na não renovação do acordo coletivo. Uma nova audiência de conciliação está marcada para o dia 31, no TRT.
Foto: Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos
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