Por Joel Leite
Com 196,6mil unidades, as vendas de carros novos tiveram um pequeno crescimento (+1,6%) em outubro, com relação a setembro, quando foram vendidas 193 ,6 mil, mas expressivo aumento de 27% em relação a outubro do ano passado (154,9 mil).
Por outro lado, houve retração nas vendas diárias, que são o melhor indicador de como anda o mercado: com 21 dias úteis, outubro registrou 9.352 carros por dia, contra 9.680 em setembro — queda de 3,5%— , mês que teve apenas 20 dias de vendas.
Uma visão mais sistêmica, no entanto, revela um sólido, ainda que pequeno, crescimento do mercado, uma vez que as vendas diárias se consolidaram na faixa das 9 mil unidades a partir de junho. E mais: no acumulado do ano o crescimento é significativo: com 1.768.196 carros e comerciais leves vendidos até 31/10, 2017 já registra aumento de 9,6% em relação ao período janeiro-outubro do ano passado. Nada mal para um mercado que vinha cambaleando ininterruptamente desde 2012.
Análise, feita pelo presidente da JAC, Sergio Habib (veja adiante), mostra que o crescimento das vendas se consolidou nos últimos sete meses e, numa estimativa para um ano cheio, o Brasil já teria um mercado de 2,3 milhões de veículos, ou seja, teria atingido o sonhado crescimento de dois dígitos.
A GM continua disparada na frente: vendeu 36, 5 mil veículos em outubro e ficou com 18,6% de participação. Fiat (25,7 mil e 13,1%) e Volkswagen (23,6 mil e 12%) vêm a seguir, mas distantes da líder. A Ford está em quarto lugar, com 20,3 mil unidades, ganhando a briga com a Hyundai, que desta vez ficou em quinto, com 17,6 mil e 9%.
• Onix vende o dobro do segundo colocado
Cada vez mais o Chevrolet Onix se consolida na liderança, mas em outubro a distância sobre o segundo colocado se ampliou. O hatch da GM teve 18,3 mil unidades negociadas, mais da metade de todas as vendas da marca. O Ford Ka foi o segundo colocado no mês com 9,7 mil unidades e o Hyundai HB20, terceiro, com 8,9 mil.
Dois carros passaram a integrar a lista dos dez mais vendidos: o Fiat Mobi, sétimo colocado com 5,4 mil emplacamentos, e o Honda HRV, décimo, com 4,5 mil. Renault Kwid e VW Fox deixaram o pelotão de elite, enquanto VW Gol, Chevrolet Prisma, Toyota Corolla, Fiat Strada e Jeep Compass permanecem entre os dez mais.
O Renaulkt Kwid, que no mês passado foi o segundo mais vendido, caiu para o 16º lugar esse mês. A boa posição de setembro foi conseqüência das vendas antecipadas feitas pela Renault.
• JAC cresce e vê retomada da confiança
Embora tendo um desempenho ainda bem distante do planejado em conseqüência dos problemas enfrentados pelo setor de importados como um todo, a JAC comemora as boas vendas neste ano, quando registrou aumento de 36,8% em relação ao período janeiro-outubro de 2017, índice bem acima da média do mercado, que cresceu 9,6%. A empresa vendeu 2,8 mil veículos até outubro, contra poico mais de 2 mil no mesmo período do ano passado.
“Conforme havíamos previsto, sentimos nas concessionárias a retomada da confiança do brasileiro no futuro e também as sucessivas quedas na taxa de juros, que explicam a recuperação do mercado neste ano. Estamos caminhando para um crescimento de dois dígitos”, disse Sergio Habib, presidente da JAC, a respeito dos números de outubro.
Ele destacou que as vendas de janeiro a março se mantiveram estáveis e o mercado só decolou a partir de abril, por isso o crescimento no ano será de apenas 12%: “Mas se projetarmos a média diária (9.352 unidades) registrada em outubro para um ano cheio teríamos um mercado de 2,33 milhões de unidades”.
O empresário prevê melhora no último bimestre do ano, com a regularização das entregas do T40, que estão defasadas. A expectativa é vender 700 unidades/mês até o fim do ano.
* Joel Leite é jornalista, palestrante e criador da Agência AutoInforme, agência especializada no setor automotivo
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