Há quatro meses, quando o AutoIndústria foi ao ar, nossa reportagem principal era o Rota 2030, ou melhor, as indefinições que ainda cercavam a nova política industrial automotiva há menos de dois meses da data então prevista para a sua divulgação, 30 de agosto. Lá se vão mais de 120 dias e até agora pouco se sabe de concreto sobre o que virá em janeiro, quando o Inovar-Auto já for coisa do passado.
O presidente da Anfavea, Antonio Megale, ainda mantém a convicção de que algo sairá este ano. Até porque é imprescindível a definição de novas metas de eficiência energética para que não se percam os avanços obtidos nessa área com o inovar-auto. Mas já admite que antes de janeiro deverá sair apenas um primeiro esboço do programa, definido por MP.
“Não se resolve um programa de 15 anos em seis meses”, argumenta Megale. Mas que há uma frustração no setor não há dúvida. Principalmente pela falta de um aceno do governo quanto ao que virá e quando virá.
Afinal, como lembrou o próprio presidente da Anfavea, foram 104 reuniões para discutir os tópicos envolvidos no programa, que vão da eficiência energética e segurança dos veículos aos investimentos em P&D, o futuro dos elétricos e híbridos no País e medidas de apoio à cadeia fornecedora, descapitalizada ao longo da crise que se abateu no setor nos últimos quatro anos.
De concreto, mas também sem definições, o que se sabe é que assim como no Inovar-Auto haverá um adicional de IPI para quem não cumprir as metas a serem propostas no Rota 2030. O próprio Megale admite que discute-se um adicional de IPI na faixa de 10 a 15 pontos porcentuais, ante os 30 do Inovar-Auto. Mas quais são as metas? Como serão nossos carros daqui para frente? Teremos avanços em redução de consumo como aconteceu no programa que se encerra em 31 de dezembro? O que avançaremos em termos de segurança veicular?
Não há muito o que se falar enquanto não houver algum retorno concreto do governo sobre o tema. O que resta é torcer para que a frustração hora reinante não vá além dos dias que ainda faltam para 2017 acabar (Alzira Rodrigues).
Foto: Pixabay
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