Empresa

Indian aguarda mercado para retomar produção

Empresa vendeu metade do que projetava desde sua chegada ao Brasil

Por George Guimarães

O Salão Duas Rodas 2017 foi inaugurado oficialmente na tarde desta segunda-feira, 13, em São Paulo, com a expectativa de vários lançamentos de motocicletas nacionais e importadas, a apresentação de dezenas de novas versões das linhas 2018 e a presença de pelo menos 260 mil visitantes ao longo dos seis dias da mostra no São Paulo Expo, centro de exposição na Zona Sul.

Apesar da festa aguardada e das muitas novidades, o mercado interno de motocicletas segue ainda às voltas com números decrescentes em 2017, desempenho que tem alterado planos até mesmo das chamadas marcas premium, normalmente menos atingidas pela crise econômica.

Caso exemplar é o da Indian, tradicional marca estadunidense. A empresa vinha fabricando toda a sua linha em regime CKD no complexo industrial da Dafra, em Manaus (AM), desde sua chegada ao País, em 2015.   Os emplacamentos acumulados em dois anos, porém, foram insuficientes para justificar a continuidade da operação, diz Rodrigo Lourenço, diretor geral da marca, que pertence ao grupo norte-americano Polaris.

Quando da apresentação da Indian no Brasil, exatamente durante o Salão Duas Rodas de 2015, a empresa projetava vender, já em seu primeiro ano de mercado, algo como 800 motocicletas.  Em 2016, contudo, as vendas ficaram limitadas à metade disso e, passados os dez primeiros meses do ano, a atual estimativa de Lourenço é de que essas cerca de 400 unidades emplacadas sejam repetidas novamente ao fim de 2017.

Nesse ritmo, a empresa desligou as máquinas em Manaus há cinco meses. Desde então tem vendido as unidades 2017 nacionais restantes e as motos da linha 2018, apresentadas nesta semana no salão paulistano, chegarão no mês que vem, agora importadas dos Estados Unidos.

E de lá continuarão a vir até que, diz a Indian, o mercado esboce uma retomada consistente. Na avaliação de Lourenço, esse momento se dará quando a marca conseguir vendas médias anuais acima das 600 unidades. “Voltar a montar aqui é algo que não demandaria novos investimentos. Afinal, mantivemos todos os equipamentos e ferramentais em Manaus”, enfatiza o diretor geral.

O ritmo mais lento das atividades brasileiras da Indian se refletiu também no programa de constituição de sua rede de concessionárias. A fabricante dispõe hoje de cinco representantes em São Paulo, Florianópolis, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiânia, ponto recentemente inaugurado. Mas pelo cronograma original a marca encerraria 2017 com casas ainda em Brasília, Porto Alegre e Curitiba, cidades que ficaram agora para uma segunda etapa.

Reforço na líder – Mesmo com essa nova diretriz mais cautelosa, a Indian está investindo em produtos para o mercado brasileiro. O estande da empresa no salão tem como destaques as versões Dark Horse da Chief e Chieftain,  que custam, respectivamente, R$ 67 mil e R$ 95 mil, e, sobretudo, a aguardada versão Bobber da Scout.

Modelo de entrada da linha Indian aqui, a Scout é a moto da marca mais vendida no mercado interno. Responde sozinha por mais da metade das vendas. Com a versão Bobber, que custa exatamente os mesmos R$ 50 mil das demais versões, a empresa pretende amealhar mais alguns novos clientes e iniciar a trajetória que permitirá religar as máquinas em Manaus o quanto antes.


Foto: Divulgação/Indian

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George Guimarães

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