Para a Anfavea o prazo é muito curto para concluir testes necessários e poder certificar os veículos
Por Redação
A indústria de veículos tem um problema nas mãos com a aprovação pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em antecipar em um ano o porcentual obrigatório de biodiesel ao diesel dos atuais 8% para 10%. Pela Lei 13.263, a mistura deveria passar dos 8% para 9% em março de 2018 e, partir daí, as distribuidoras teriam até março de 2019 para ofertar o diesel com 10% de biodiesel.
Segundo Antonio Megale, presidente da Anfavea, o novo prazo não dá condições às montadoras de concluir os testes necessários para saber os efeitos provocados pelo aumento da mistura no motor. “Para certificar os veículos fica mais difícil. O aval final só mesmo com os testes concluídos. Vale lembrar que o combustível disponível para as avaliações só chegou no começo do segundo semestre deste ano, quando as empresas puderam iniciar os testes.”
A decisão do conselho, no entanto, tem força de decreto e precisa somente da sanção do presidente da República e da publicação no Diário Oficial para entrar em vigor. Independentemente da caneta do presidente, a Anfavea diz que as montadoras seguem com as avaliações necessárias, inclusive de durabilidade, para garantir que não ocorrerá nenhum problema nos veículos.
Se as fabricantes têm prazo estreito para homologar os produtos, a antecipação da mistura obrigatória surge como oportuna à cadeia produtiva do segmento, que sofre com capacidade ociosa. De acordo com a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosone (Ubrabio), hoje, com o B8 (8% de biodiesel no diesel), o País deve encerrar o ano com produção de 4,3 bilhões de litros frente a uma capacidade de 7,9 bilhões por ano. Com a decisão do CNPE, no ano que vem produção de biodiesel deverá saltar para 5,4 bilhões de litros.
“O investimento na produção e uso de biocombustíveis, especialmente de biodiesel, é uma oportunidade de ouro para o Brasil”, resume em nota Donizete Tokarski, diretor superintendente da Ubrabio. “Tanto do ponto de vista econômico, com a verticalização da indústria, geração de empregos qualificados, agregação de valor aos produtos agrícolas e redução da importação de diesel fóssil, como também do ponto de vista ambiental, já que o biodiesel reduz significativamente as emissões de gases de efeito estufa.”
Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
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