Por Alzira Rodrigues
Enquanto as vendas diretas registram crescimento de 31,3% no ano, os negócios feitos no varejo, aqueles para o consumidor comum, registram queda de 0,7% no comparativo do acumulado de janeiro a outubro deste ano com o mesmo período de 2016. Isso significa que o mercado de automóveis e comerciais leves só registra crescimento de 9,7% em 2017 graças às transações feitas diretamente com as pessoas jurídicas.
Os porcentuais de alta de 31,3% nas vendas diretas e de queda de 0,7% no varejo foram fornecidos por fonte do setor com base em números do Renavam. O site da Fenabrave, que esteve em manutenção na semana passada, suspendeu das suas estatísticas os dados de vendas diretas no balanço dos emplacamentos mensais e anuais do setor.
As vendas diretas, segundo a mesma fonte, atingiram 687,9 mil unidades de janeiro a outubro, contra as 523,9 mil do mesmo período de 2016. Já as vendas no varejo foram de, respectivamente, 1 milhão 85 mil unidades e 1 milhão 91 mil. O mercado total de automóveis e comerciais leves absorveu 1,77 milhão de unidades até outubro deste ano contra 1,61 milhão nos primeiros dez meses do ano passado.
O crescimento da participação das vendas destinadas às pessoas jurídicas no mercado de automóveis e comerciais leves acentuou-se a partir de 2015, período de forte crise no setor. Naquele ano elas responderam por 28,2% das vendas totais, índice bem próximo ao de 28,6% registrado no ano anterior.
Em 2016, porém, a participação das vendas diretas subiu para 33,3% e este ano atingiu 38,8% no acumulado do ano – em outubro, especificamente, chegou a 42,5%, conforme havia divulgado a Fenabrave antes de tirar as estatísticas sobre vendas diretas do ar. Embora não haja manifestações públicas por parte das redes, nos bastidores os concessionários reclamam dessa situação, uma vez que ganham menos nas vendas diretas, que têm margem menor.
E a situação é mais grave em algumas marcas, como é o caso da Fiat. Nada menos do que 60,8% dos negócios da marca este ano são referentes a vendas diretas. Esse índice estava na casa dos 40% em 2014 e 2015 e subiu para 52,2% no ano passado. Agora, menos de 40% das vendas da Fiat são feitas para o consumidor pessoa física, o que reduz os ganhos de sua rede de concessionárias.
A segunda marca que mais vende no atacado é a Renault –a participação das vendas diretas na marca é de 56,4% –, seguida da Volkswagen (47,9%), Peugeot (44%), Jeep (43,9%) e General Motors (41,,5%). Esse quadro gera uma distorção grande quando se compara o ranking por marca no total do mercado, no varejo e no atacado. A General Motors é líder no varejo e no mercado total, nas no atacado é segunda colocada – a líder é a Fiat. No ranking das vendas diretas as cinco primeiras colocadas no acumulado deste ano são Fiat, GM, VW, Renault e Ford. Já no ranking do varejo as cinco primeiras da lista são GM, Hyundai, VW, Toyota e Ford. E no mercado total, pela ordem, GM, Fiat, VW, Ford e Hyundai.
- Fora do Top 5 do atacado, Creta é líder no varejo em 2024 - 19 de novembro de 2024
- Locadoras garantem alta no mercado automotivo em novembro - 18 de novembro de 2024
- Importações da China elevam déficit comercial das autopeças brasileiras - 18 de novembro de 2024