Por Alzira Rodrigues
Após retirar do ar todos os dados históricos sobre vendas diretas do setor, a Fenabrave recolocou os números em seu site na semana passada com um texto explicando o motivo de a participação desse tipo de negócio estar em alta. E a alta é realmente expressiva. As vendas diretas respondiam por 28% do mercado em 2015, índice que saltou para 34,3% no ano passado e para 40% no acumulado deste ano. Em outubro, especificamente, chegou a 42,99%
Em seu esclarecimento, publicado no site, a Fenabrave destaca que a diferença entre venda direta e venda a varejo está na identificação do emissor da nota fiscal. Se o CNPJ for de um fabricante, será uma venda direta. Mas nem toda venda direta, segundo a Fenabrave, abrange negócios corporativos feitos diretamente com grande clientes, como é o caso de locadoras e frotistas.
“As vendas diretas também envolvem operações feitas pelas concessionárias, como por exemplo as com taxistas, produtores rurais e PCD (pessoas com deficiência)”, esclarece a Fenabrave. E vai além: “O índice das vendas diretas depende da proporção dessas em relação às vendas a varejo. O aumento porcentual das vendas diretas pode ocorrer, como ocorre atualmente, por uma queda mais significativa nas vendas a varejo”.
Para concluir seu comunicado, a entidade destaca: “Por essas razões, a Fenabrave recomenda cautela nas conclusões sobre o efetivo aumento de vendas diretas e se coloca à disposição para esclarecer as dúvidas do mercado”.
Certo é que as vendas diretas sempre foram tema polêmico no setor. Por envolverem margem menor para a rede, o crescimento desse tipo de negócio – que é mais comum em períodos de crise – significa menor rentabilidade para os concessionários justamente quando o mercado não vai bem.
E vale notar nesse contexto que a participação das vendas diretas varia de rede para rede. De acordo com uma fonte do mercado, as vendas diretas no caso da Fiat chegaram a 60,2% em novembro, maior índice entre as montadoras aqui instaladas. Esse porcentual é de 56,9% no caso da Peugeot, de 54% na marca Renault, de 51,6% na Citroën, 51% na Vokswagen, 49,1% na Jeep e 46,2% na GM.
Também importante destacar o comportamento das vendas gerais por marca. Entre as três primeiras colocadas do mercado, a Fiat, vice-líder, é a única que registra queda – emplacou 264,7 mil veículos no acumulado até novembro, ante 275,6 mil no mesmo período de 2016, decréscimo de 4%. Já a GM, a líder, comercializou 356,7 mil unidades no total, com crescimento de 15,6%. A Volkswagen, por sua vez, cresceu quase 20%, com 246,4 mil emplacamentos este ano.
- 2025, o ano da decolagem dos eletrificados “made in Brazil” - 19 de dezembro de 2024
- 2024, um ano histórico para o setor automotivo brasileiro - 19 de dezembro de 2024
- Importações de autopeças avançam 11%, exportações recuam 14% - 18 de dezembro de 2024