Por Redação
O mercado de carros importados representado pelas dezessete marcas filiadas à Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, registrou estabilidade em novembro, mas mantém queda acentuada no acumulado do ano. Foram emplacadas nos onze meses total de 26.427 unidades, 18,7% a menos do que as 32.516 comercializadas no mesmo período do ano passado.
Ao divulgar balanço do setor na terça-feira, 5, a Abeifa fez questão de alertar para o risco de o preço dos importados subir a partir de janeiro, quando poderá entrar em vigor o programa Rota 2030, estabelecendo impostos adicionais para quem não cumprir integralmente suas metas.
“Com o fim do programa Inovar-Auto no dia 31 de dezembro e a instituição do programa Rota 2030 a partir de 2018, os preços de veículos importados não vão cair”, alertou José Luiz Gandini, presidente da Abeifa. “Ao contrário, uma vez habilitadas ao Rota 2030, empresas que não conseguirem cumprir metas a serem estabelecidas pela nova política industrial poderão ter seus produtos com preços majorados”.
Ainda é uma incógnita se haverá ou não o Rota 2030. Representantes do setor automotivo passaram o ano discutindo com o governo o novo programa, mas o Ministério da Fazenda está impondo restrições à nova política industrial automotiva por receio de haver queda na arrecadação de impostos.
No caso dos veículos importados, o Inovar-Auto estabelecia acréscimo de 30 pontos adicionais de IPI para produtos que ultrapassassem a cota pré-estabelecida. Por conta disso os importadores reduziram drasticamente seus negócios no País. O Rota 2030 também deve prever imposto adicional, mas em nível mais baixo, o que permitirá retomar as importações mas com risco de aumento de preço.
Balanço – O presidente da Abeifa comemorou a estabilidade nas vendas em novembro, mas com a ressalva de que isso se deu sobre uma base muito fraca. “Por isso, a menos de 30 dias do fim do Inovar-Auto, é um alento para o setor de veículos importados vislumbrar a possibilidade de retomar suas vendas sem os 30 pontos percentuais do IPI e sem a cota-limite de 4.800 unidades/ano”.
A venda de importados deve chegar a 29 mil unidades este ano, um pouco acima da meta de 27 mil estimada pela Abeifa no início do ano. “Um número, no entanto, muito aquém de nossas reais possibilidades”, comentou Gandini. Para 2018, a entidade projeta vendas de 40 mil veículos.
Com 2.614 carros importados emplacados pelas associadas da Abeifa, novembro registrou queda de 1,4% em relação ao mesmo mês de 2016 e ligeira alta de 0,1% sobre outubro. Considerado o total de veículos importados, ou seja aqueles trazidos também pelas montadoras, a participação das associadas à Abeifa nesse mercado é de apenas 12,45% .
A Abeifa também representa marca com produção local, caso da BMW, Chery, Land Rover, Mini e Suzuki. Incluindo produtos importados e brasileiros, as associadas da entidade comercializaram total de 4.143 unidades em novembro, com participação de 2,1% no mercado total de automóveis e comerciais leves. No acumulado do ano, as cinco associadas à Abeifa com operações locais totalizaram 16.428 unidades emplacadas, alta de 51,5% ante as 10.840 unidades do mesmo período de 2016.
Foto: Divulgação/Abeifa
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