Por George Guimarães
“Felizmente, vamos errar.” A frase é de Antonio Megale, presidente da Anfavea, sobre as exportações brasileiras de veículos em 2017. Felizmente, porque a entidade que congrega as montadoras até agora estimava que o setor fecharia o ano com cerca de 745 mil veículos embarcados, já então um novo recorde histórico – a melhor marca até hoje, 725 mil veículos, foi registrada em 2005. Mas após o desempenho de novembro, até mesmo esse número ficará para trás.
No acumulado de janeiro a novembro, as montadoras enviaram para fora do País 700,9 mil veículos, 53,3% a mais do que em igual período do ano passado. Só no mês passado, foram embarcadas 73,1 mil unidades, 28,8% do que no mesmo mês de 2016 e novo recorde mensal ao longo de mais de seis décadas do setor.
“Nesse ritmo, mesmo considerando dezembro com menos dias úteis, naturalmente ultrapassaremos as nossas projeções”, ponderou Megale, que aguarda ainda para dezembro novo impulso para as exportações com o tão esperado fechamento de acordo comercial com a Colômbia.
Os bons ventos para os negócios externos se refletem até mesmo no segmento de caminhões e de máquinas agrícolas. No primeiro caso, a evolução acumulada em 2017 sobre igual período do ano passado é de 36,8%, com 26,1 mil unidades embarcadas, 2,3 mil em novembro.
Apesar desse crescimento expressivo, o setor ainda ficará distante de sua melhor marca anual de 38 mil caminhões exportados em 2007. Mas os negócios deste ano guardam ao menos uma curiosidade. Se Argentina, Chile e Peru, nesta ordem, seguem como os maiores compradores dos caminhões brasileiros, na quarta colocação surge agora a Rússia, que comprou mais de 2,4 mil unidades até novembro, 800% a mais do que em 2016. “É prova de que nossos produtos podem ir muito mais além do que mercados sul-americanos.”
O crescimento nos embarques de máquinas agrícolas e rodoviárias foi ainda mais expressivo. Com as pouco mais de 1,4 mil unidades exportadas em novembro, o setor já acumula 12,9 mil unidades em onze meses, 49% a mais do que no mesmo período do ano passado. O único segmento que destoa em 2017 é o de ônibus: os embarques caíram 5,1% no acumulado, para pouco mais de 8,3 mil unidades.
Em valores, a indústria automobilística brasileira também fechará o ano com resultado muito além do esperado. Até novembro o faturamento com exportações superou US$ 14,5 bilhões, 49,4% de crescimento sobre o acumulado nos onze primeiros meses de 2016. Ao longo de todo o ano passado as exportações renderam aos cofres do setor menos de US$ 10,7 bilhões.
Foto: Divulgação
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