Área de segurança da empresa foi o elo com o regime e reprimiu funcionários
Por Redação
A Volkswagen reconheceu nesta quinta-feira, 14 de dezembro, que a área de segurança da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) colaborou com a repressão do regime militar brasileiro. Estudo realizado pelo Christopher Kopper, professor da Universidade de Bielefeld, contratado pelo próprio Conselho de Direção da Volkswagen AG em 2016 para examinar o papel da empresa entre 1964 e 1985, confirmou declarações feitas por ex-empregados da montadora à Comissão Nacional da Verdade.
Kopper conclui que “houve cooperação entre indivíduos da segurança interna da Volkswagen do Brasil e o regime militar vigente, mas não foram encontradas evidências claras de que a cooperação era institucionalizada na empresa”.
“A Volkswagen é a primeira empresa do setor automotivo a examinar sua história durante esse período”, disse em nota a montadora, que, assegura, conduziu inicialmente uma pesquisa histórica interna antes de contratar Kopper para o estudo independente.
O trabalho do acadêmico baseou-se em documentos do arquivo corporativo da Volkswagen AG em Wolfsburg, Alemanha, e do arquivo corporativo da Volkswagen do Brasil. Durante a pesquisa em São Paulo, Kopper também consultou arquivos governamentais e entrevistou testemunhas da época.
O professor alemão declarou que a montadora passou por uma mudança corporativa e cultural a partir de 1979 , quando se tornou pioneira no País ao estabelecer um Conselho de Trabalhadores.
Homenagem — No mesmo dia em que reconheceu a colaboração de integrantes de seu quadro de funcionários com a repressão a Volkswagen descerrou placa em memória das vítimas do regime militar na fábrica de São Bernardo do Campo.
A homenagem, segundo a montadora, é o ponto inicial da cooperação com organizações de promoção social e de direitos humanos. A primeira iniciativa é a parceria com o Centro Cultural Afro-Brasileiro Francisco Solano Trindade, que desenvolve projeto local para crianças e adolescentes promovido pela organização internacional de direitos da criança Terre des Hommes.
“A Volkswagen tem uma ligação histórica e emocional com o Brasil e os brasileiros. Com esta ação, a empresa reafirma seu compromisso com o Brasil e reforça seus valores a favor dos direitos humanos e a responsabilidade social”, afirmou Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen Região América do Sul e Brasil.
Para a íntegra do estudo acesse: www.vwbr.com.br/ImprensaVW/file.axd?file=/2017/12/Relatorio.pdf
Foto: Divulgação/VW
Objetivo é fazer frente à investida dos carros eletrificados chineses. Mitsubishi também pode participar.
Além da Toyota, Stellantis e BMW já iniciaram produção local. Outras marcas, incluindo as chinesas,…
100 mil novos empregos na cadeia e anúncio de investimento recorde de R$ 180 bilhões…
Operação recebe aporte de R$ 1,5 bilhão e atenderá indústria e mercado de reposição com…
Em 2024 já faltou pouco para superar o resultado de 2019, último ano pré-pandemia; AEA…