Por Alzira Rodrigues
Tudo indica que a crise do setor automotivo finalmente chegou ao seu final. Foram quatro anos consecutivos de queda nas vendas, com o mercado despencando de 3,8 milhões de veículos em 2012 para 2 milhões em 2016. A recuperação veio no ano passado, com alta de 9,2% e total de 2,2 milhões de emplacamentos. Uma crise dita sem precedentes que certamente abalou a rede de distribuição de todo o País.
Muitos concessionários tiveram dificuldades no período e em alguns casos as próprias montadoras ajustaram suas operações no varejo. Algumas empresas do setor quebraram, outras fecharam e muitas trocaram de marca. Mas como em toda crise, teve grupo que investiu e cresceu em meio as adversidades. Aproveitando-se, inclusive, da queda no valor da bandeira, que em algumas marcas foi de 80%.
Balanço divulgado pela Fenabrave neste primeiro mês do ano mostra que nos últimos quatro anos a rede de concessionárias brasileira enxugou de 7.330 pontos para 6.056. Foram fechados 1.890 revendas e abertas 616 novas concessionárias, o que representa saldo negativo de 1.274 lojas.
No caso das entrantes, como a Fenabrave define as lojas inauguradas em plena crise, a maioria, segundo o presidente da entidade, Alarico Assumpção Jr., é de marcas que passaram a produzir no País nos últimos anos, como a Jeep, BMW, Mercedes-Benz Automóveis, Jaguar Land Rover e a Hyundai.
O caso da FCA, Fiat Chrysler Automobiles, ilustra bem toda a movimentação que acontece na rede. A marca Jeep começou a operar em fevereiro de 2015 com 89 pontos de venda. Em três anos mais do que dobrou. Abriu 98 pontos e conta hoje com 187 no País.
Já a rede Fiat passou por processo inverso. Baixou de 599 em dezembro de 2012 para 537 atualmente. Ou seja, foram fechadas no período 62 concessionárias Fiat. A explicação básica, de acordo com a própria FCA, é que a retração de mercado determinou um ajuste natural nas dimensões da rede Fiat, enquanto a expansão do mercado de SUVs e o impulso da marca Jeep determinaram o crescimento de sua rede.
Assim como a Fiat, também a Citroën reduziu o número de concessionárias, que passou de 156 para 109 no final de 2017. Já a Hyundai manteve processo de expansão apesar da crise. Em meados do ano passado, quando foi inaugurada nova concessionária em Parnaíba, PI, o diretor-executivo de vendas, marketing e pós-vendas da Hyundai Motor Brasil, Angel Martinez, informou que a rede HMB chegava a 211 lojas, mais do que o dobro de quando chegou ao País há cinco anos.
Também a rede Jaguar Land Rover está em expansão. Abriu duas novas concessionárias este ano – a de Palmas, TO, e a de São José dos Campos, SP –, totalizando agora 39 pontos de venda. O mesmo acontece na rede de automóveis Mercedes-Benz, que de 2014 para cá passou de 38 para 55 pontos no Brasil, incluindo 12 AMG Performance Centers.
Curioso neste processo todo de movimentação na rede é a abertura de novas concessionárias também nas redes de caminhões e ônibus, segmentos que enfrentaram retração de vendas bem superior à verificada no mercado de automóveis.
Ainda nesta quinta-feira, 18, a MAN divulgou a abertura de duas novas casas em Minas Gerais: a da matriz Mason Trucks, em Governador Valadares, e a de um ponto de atendimento em Coronel Fabriciano. O grupo Mason Trucks, que estreia na representação dos cavalos mecânicos MAN e dos caminhões e ônibus VW, chega à rede de concessionárias da empresa com investimentos de R$ 12 milhões que contempla adequação de prédio, compra de equipamentos e gama de produtos das linhas de veículos.
“Nada melhor do que iniciar um ano com boas notícias, que apontam a confiança de todas as engrenagens que compõem a MAN Latin America. Estamos a postos, em mais de 150 casas em todo o Brasil, com os veículos favoritos do mercado brasileiro e o atendimento de ponta, nossa marca registrada”, comentou Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da MAN Latin America, ao anunciar os novos pontos de venda.
Foto: Divulgação/FCA-Oswaldo Luiz Palermo/MAN
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