Por George Guimarães

Se tudo sair como o esperado — e planejado —,  a  operação sul-americana da Cooper Standard deve ter em 2018  seu ano da virada.  Jürgen Kneissler, diretor geral da empresa na região, projeta a volta ao lucro após seguidos prejuízosdesde 2013 e até mesmo a ameaça de encerramento das atividades em 2015.

Como fábricas em Varginha (MG), Atibaia (SP) e Camaçari (BA), a fabricante de sistemas de vedação, anti-vibração, tubulações para sistemas de freios e mangueiras, encerrou 2017 com faturamento de R$ 340 milhões, 15% maior do que o esperado e a mesma variação  registrada na produção.  Ainda assim, o balanço final indicou prejuízo da ordem de R$ 10 milhões.

Kneissler: fábricas novas em Sergipe e Santa Catarina.

Mas este ano o vermelho cederá lugar ao azul, assegura Kneissler,  que  projeta novo crescimento do faturamento, para algo próximo de R$ 360 milhões — ou na melhor das hipóteses, ainda considera o executivo, até 10% a mais do que em 2017.

“Mas nosso grande ano será mesmo 2019, como os primeiros resultados dos novos contratos de fornecimento!”, antecipa Kneissler, ele mesmo nomeado em 2015 para tirar a divisão de um quadro que combinava falta de credibilidade, índices de qualidade de produto e serviços abaixo do aceitável e, por consequência, seguidas perdas de contratos de fornecimento.

De forma sintética: a Cooper Standard estava na lista negra de quase todas as montadoras. Após assumir suas deficiências, investiu em processos, pessoal e equipamentos de suas três unidades. Eliminou assim a desconfiança dos clientes e voltou a conquistar fornecimentos.

“Passamos de uma empresa que estava em processo de restruturação para uma que vai ao ataque”, diz Kneissler, que contabiliza 19 novos projetos que entrarão em produção ainda este ano, dentre eles as guarnições para os novos Toyota Yaris e Corolla e componentes para a nova geração do Hyundai HB20 e  o Volkswagen T-Cross, mas que repercutirão sobretudo nos números de 2019.

O ano que vem, aliás, poderia até ser melhor caso a empresa tivesse superado seus problemas um pouco antes e conquistado também o fornecimento para o Chevr0let GEM, como hoje é conhecido o modelo que sucederá o Onix nas linhas de montagem brasileiras da General Motors. A Cooper Standard tem hoje a intvgralidade do fornecimento do atual carro mais vendido do País.

Quarta e quinta fábricas — De qualquer forma, o salto aguardado para o faturamento em 2019 é mais do que signifitivo: a receita projetada é de cerca de R$ 500 milhões, quase 50% a mais do que no ano passado. Isso porque também já estará em operação a fábrica de Divina Pastora (SE), a quarta unidade produtiva da empresa.

A pedra fundamental da planta de 10 mil metros quadrados de área construída foi assentada no fim do ano passado e o início de operação está previsto para outubro, mais tardar novembro. A nova unidade, que inicialmente contará com 200 funcionários e o dobro disso numa segunda etapa,  será base fornecedora para a  Ford, em Camaçari, e para a FCA, em Goiana (PE).

De lá sairão sistemas de vedações e também dutos. O projeto consumirá recursos de R$ 12 milhões da Cooper Standard, que recebeu fortes incentivos fiscais do governo estadual. O Estado também ficou responsável por erguer o prédio e alugá-lo para a empresa.

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Hoje o fornecimento para a Ford é feito a partir da unidade instalada dentro do próprio complexo da montadora na Bahia. Com a inauguração da planta sergipana, a Cooper Standard manterá em Camaçari apenas 20% dos 150 funcionários que tem no quadro atual.

A estratégia adotada para o abastecimento de dois grandes clientes no Nordeste — estar a meio caminho entre ambos —será replicada, talvez já em 2019,  no Sul. Kneissler antecipou que uma quinta fábrica será construída em Santa Catarina para dar contar dos contratos  de fornecimento com Renault e Volkswagen, no Paraná, e General Motors, no Rio Grande do Sul.

Na Argentina — Antes disso, a empresa inicia importante movimento rumo à Argentina. Até o fim de 2018 começa a operar  projeto satélite na planta da PSA em El Palomar. A ideia é estabelecer algumas poucas operações inicialmente no começo para, futuramente, atender localmente, com estrutura própria e completa, outros clientes.

“De certa forma, estamos sendo forçados pelas montadoras a nos intalar lá,” diz o diretor geral da Cooper Standard, com indisfarçável satisfação.


Fotos: Divulgação/Cooper Standard

 

 

George Guimarães
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