Por George Guimarães
A indústria automotiva brasileira começou o ano como terminou 2017: com números ascendentes. Em especial, nas vendas externas. Em janeiro, mais um vez, as exportações foram destaques e já prenunciam um novo patamar anual dos embarques.
Saíram do País no primeiro mês do ano mais de 47 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, 23,6% a mais do que em janeiro do ano passado.
“Foi o melhor janeiro da história do setor”, salienta Antonio Megale, presidente da Anfavea, que já vislumbra a hipótese de o setor superar este ano os 762 mil veículos embarcados em 2017, recorde em seis décadas e avanço de 46,5% sobre a frota despachada no ano anterior.
Os embarques de caminhões, em particular, cresceram nada menos do que 83,1 % em janeiro: somaram 1.950 veículos contra os 1.065 registrados em 2017. Até mesmo os fabricantes de ônibus — único segmento a fechar o ano passado com recuo de 6,4%— viram a curva se inverter com os 539 chassis exportados, 38,9 % a mais na mesma comparação.
O maior salto mensal nos embarques, porém, coube ao segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias. A comparação com os números do ano passado indica que o setor quase duplicou seu desempenho: passou de 424 máquinas embarcadas para 816 equipamentos, 92,5% a mais.
Com todos os segmentos em ascensão, o presidente da entidade comemora também um ótimo resultado em valores. Em janeiro o faturamento com as exportações de veículos superou U$ 1 bilhão, contra U$ 817 milhões um ano antes.
Foi o segundo melhor janeiro da história nesse aspecto, atrás somente do mesmo mês de 2012, quando o quadro cambial era diverso. Em janeiro de 2016, por exemplo, o Brasil exportara US$ 547,7 milhões, pouco mais da metade do apurado agora.
Em 2017 os negócios da indústria brasileira automobilística ultrapassaram US$ 15,8 bilhões, 48,6% a mais do que no ano anterior. Mas a própria Anfavea, mesmo antes do desempenho de janeiro, já estimava que os embarques de veículos leves e pesados podem atingir 800 mil unidades em 2018, 5% a mais do que no ano passado, e estabelecer um de seus melhores anos também em faturamento.
A entidade calcula ser possível esbarrar nos US$ 16,7 bilhões, crescimento de 5,4%. O valor 26% maior apurado no primeiro mês do ano sinaliza que não será tão difícil chegar lá.
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