Por Lael Costa
O ano começa promissor para o mercado de veículos pesados no País. Os negócios em janeiro somaram 4.561 caminhões vendidos, alta de 54,8% sobre o volume do mesmo mês do ano passado de 2.947 unidades.
O resultado, no entanto, é baseado em uma base de comparação muito baixa. As vendas do primeiro mês do ano passado somaram o menor volume de negócios desde 1986.
Contra dezembro, quando os licenciamentos de caminhões alcançaram 6.076 unidades, a variação foi negativa em 24,9%
“Trata-se de um resultado sazonal, normal para o início de ano. Não foi um mês ruim”, observou Antonio Megale, presidente da Anfavea, a associação que representa os fabricantes de veículos, durante divulgação do desempenho do setor automotivo, na terça-feira, 5 de fevereiro.
Representantes da associação já enxergam um ambiente de negócios mais favorável para o ano, além da influência benéfica no segmento proveniente da retomada da economia. De acordo com as expectativas da Anfavea, o mercado de veículos pesados, o que inclui caminhões e ônibus, deverá crescer 24,7% sobre o resultado de 2017, de 63.696 unidades.
“O mercado de veículos comerciais não anda sem PIB, mas já vemos o crescimento dele no fim do ano”, resumiu Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea e diretor de relações institucionais da Mercedes-Benz. “Depois, temos boas notícias do agronegócio, a tendência de queda nos juros e o aquecimento nas vendas no varejo começa a aparecer, o que movimenta o segmento de distribuição.”
As vendas externas também apresentaram um desempenho robusto. No primeiro mês do ano, os embarques cresceram 83,1% sobre janeiro do ano passado, para 1.950, contra 1.065 remessas apuradas um ano antes. Na comparação com dezembro de 2017, porém, quando as exportações somaram 2.148 caminhões, a queda foi de 9,2%.
Segundo Megale, o recente acordo comercial formalizado com a Colômbia, no fim do ano passado, ampliará os negócios e “os primeiros resultados deverão se mostrar nos próximos meses. Vale lembrar que a Colômbia já é o quarto maior mercado da indústria brasileira de veículos, depois de Argentina, México e Chile.”
Os negócios com outros países impactaram de maneira positiva o chão das fábricas. Em janeiro foram produzidos 7.045 caminhões, volume 57,2% superior ao registrado no mesmo mês de 2017, de 4.482 unidades.
Ônibus – O segmento de chassis também começa o ano apresentando resultados positivos como não se via há tempo. Em janeiro o mercado absorveu 848 unidades, alta de 68,3% sobre o volume de um ano antes, de 504 chassis, mas uma queda de 30,5% em relação a dezembro.
O recuo de um mês para o outro, mais vez, foi apontado pela Anfavea como normal para o início do ano, pois se trata de uma sazonalidade do período.
Nas exportações, outro crescimento. Com embarques de 539 chassis, as remessas apontaram alta de 38,9% sobre o volume de janeiro de 2017, quando foram enviadas 388 unidades.
O resultado mais robusto no segmento de chassis veio da produção, com expansão de 70,1% em janeiro, para 1.818 unidades produzidas contra 1.069 de um ano antes.
Também na comparação com dezembro de 2017, quando saíram das fábricas 1.322 chassis, a variação foi positiva, de 37,5%.
Foto: Volvo Trucks/Divulgação
- Volvo leva a melhor no mercado de caminhões acima de 16 toneladas - 19 de novembro de 2024
- Sergomel coroa crescimento com estreia na Fenatran - 13 de novembro de 2024
- Cummins materializa o compromisso com a descarbonização - 11 de novembro de 2024