O ritmo de atividade mais intenso das fábricas se deve principalmente ao forte desempenho das exportações
Por Lael Costa
As fabricantes de máquinas agrícolas e rodoviárias produziram em janeiro 2.623 unidades, volume 19,3% superior ao apurado no mesmo primeiro mês de 2017, de 2.199 equipamentos, e levemente maior sobre dezembro (0,8%).
O ritmo de atividade mais intenso das fábricas se deve principalmente ao forte desempenho das exportações. No mês passado os embarques de máquinas somaram 816 unidades, alta de 92,5% sobre as remessas de janeiro de 2017, de 424 unidades.
O desempenho no mercado interno é que se mostrou “ruim”, conforme definição do próprio presidente da Anfavea, Antonio Megale, durante divulgação do balanço do setor automotivo, na terça-feira, 6 de fevereiro. Em janeiro, as vendas de máquinas totalizaram 1.605 unidades, queda de 39,1% em relação às 2.637 entregues um ano antes, e 55,8% menor em relação a dezembro (3.634 unidades).
Segundo Megale, o resultado negativo foi atribuído à suspensão temporária no sistema de financiamento do BNDES. “Devido um ajuste administrativo, o banco operou as linhas apenas meio mês. Ocorreu uma indefinição no prazo de carência, de 14 para 12 meses e, depois novamente para 12 meses, que impactou de maneira negativas os negócios.”
Os representantes da Anfavea, no entanto, acreditam que o desempenho do segmento de máquinas em janeiro seja uma exceção. As expectativas a respeito da produção agrícola, mais uma vez, são boas, além de um ambiente de negócio mais favorável do que o vivido no ano passado.
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“Em virtude do clima a plantação do milho atrasou e o produtor decidiu pelo algodão. Uma decisão acertada, porque hoje ele está tendo rentabilidade devido ao preço praticado”, conta Alfredo Miguel Neto, vice-presidente da Anfavea e diretor da John Deere. “Agora, ele volta com o milho e deverá, assim, manter a rentabilidade.”
Miguel Neto ainda lembra que os 30% de soja já colhidos da safra 2017/2018 até agora foi melhor que do que no ano passado, depois o produtor tem à disposição variedade de linhas de financiamento, além da tendência por máquinas mais potentes e conectadas, o que melhora a produtividade. “O setor agrícola tem tudo para se mostrar extremamente positivo nos próximos meses”, resume.
De acordo com as projeções da associação para 2018, a produção de máquinas deve crescer 11,8%, para 61.500 unidades, as vendas internas 3,7% (46.000) e as exportações 9,9% (15.500). Megale, no entanto, adianta que enxerga viés de alta. “É conservadora a estimativa da Anfavea para os segmentos de máquinas agrícolas e rodoviárias.”
Foto: CNH Industrial/Divulgação
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