Nos dois primeiros meses, as encomendas de caminhões já somam mais de 1.000 unidades. Estimativa é de o mercado crescer 30%.
Por Décio Costa|decio@autoindustria.com.br
O transportador voltou a bater na porta das fabricantes de caminhões para efetivar compras. A Scania, por exemplo, somente nos dois primeiros meses do ano, contabilizou mais de 1.000 unidades vendidas,
Transportadoras como G10, Jolivan, Transmaroni, Cavalinho, 1500 Transporte, Grupo Tombini e Kothe retornaram ao mercado e reforçam mais uma vez as estimativas positivas para o segmento em 2018.
“O início do ano foi marcado pela venda de grandes lotes, sinalizando que os frotistas estão renovando o parque de veículos”, revela Ricardo Vitorasso, diretor de vendas caminhões da fabricante. “Mas é importante destacar que, diferentemente de anos anteriores, o segmento de cargas industriais, não só o de grãos, voltou a aparecer nos negócios.”
Para Roberto Barral, vice-presidente das operações comerciais da Scania no Brasil, o aquecimento da economia, ainda que gradual, o aumento de confiança do consumidor, a baixa nos juros e a necessidade de renovação dos veículos adquiridos no auge do mercado, entre 2012 e 2014, mudou a perspectiva para os próximos meses.
“Durante a Fenatran, em outubro do ano passado, a estimativa de crescimento era de 15% a 20%. Agora, já falamos em 30%. Nos segmentos em que atuamos, semipesados e pesados, o mercado deve encerrar 2018 com cerca de 40 mil caminhões vendidos.”
Barral não enxerga nem mesmo uma provável bolha como uma espécie de antecipação de compras diante de um cenário incerto devido às eleições. “Existe o risco político, muita coisa está ficando no armário, como déficit fiscal e as reformas. Por outro lado, não se vê movimento especulativo de compras e a demanda por carga cresce como um todo.”
Além das perspectivas positivas, a fabricante comemora também o fato de que boa parte das recentes compras inclui os novos motores 450 cv e 510 cv, lançados na Fenatran do ano passado. De acordo com a empresa, os novos propulsores têm potencial de oferecer redução de até 5% no consumo de combustível.
Segundo Barral, a produção dos motores começou ainda em fevereiro e, em março, os primeiros caminhões chegam às estradas com as entregas dos negócios realizados no início do ano.
No ano passado, nos segmentos em que atua (acima de 16 toneladas) a Scania negociou 5.754 caminhões, volume 36% maior do que o registrado em 2016, de 4.245 unidades.
Somente na categoria de pesados, os 4.901 caminhões licenciados da marca representaram alta de 38% em relação aos 3.542 modelos da empresa emplacados em 2016. Foi o maior crescimento dentre as fabricantes de caminhões.
O desempenho na Scania ano passado proporcionou à empresa conquistar 3 pontos porcentuais de participação no mercado de semipesados e pesados, de 23% para 26% no fim de 2017.
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Ônibus – A montadora de origem sueca também vê boas perspectivas para mercado de chassi para ônibus, especialmente no segmento rodoviário, que deverá crescer 10% sobre 2016, enquanto as vendas para de urbanos devem permanecer estáveis.
Segundo Barral, apesar das licitações que ocorrerão em várias cidades brasileiras, os governos estão com dificuldades financeiras e sem espaço para aumento de tarifas.
Ainda assim, representantes da empresa enxergam potencial para recentes lançamentos, como o biarticulado F 360 HA para o sistema BRT de Curitiba (PR). Uma unidade do modelo roda na cidade desde janeiro para homologação da Urbs (Urbanização de Curitiba S/A) e tem mostrado resultados acima do esperado pelos operadores locais.
“Nosso lançamento é competitivo em função de seu menor custo operacional, além de trazer vantagem do motor dianteiro, de menor ruído e maior facilidade de acesso, e que ainda reduz os custos de manutenção”, destaca Silvio Munhoz, diretor de vendas de ônibus da fabricante.
No segmento rodoviário, a aposta da Scania é a tendência de carrocerias de 15 metros de comprimento configurado como 8×2 e dois andares, em detrimento ao 6×2.
Foto: Scania/Divulgação
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