Empresa

Rota 2030: adiamentos sucessivos geram descrédito no setor.

Fabrício Biondo, da PSA, disse que não sabe se o programa sai este ano

Por Alzira Rodrigues alzira@autoindustria.com.br

Na primeira semana de janeiro, quando divulgou o balanço de 2017, o presidente da Anfavea, Antonio Megale, foi taxativo quanto ao novo prazo de divulgação do Rota 2030. Segundo disse na ocasião, o próprio presidente Michel Temer garantiu que o detalhamento do programa, que viria para substituir o Inovar-Auto, encerrado em 31 de dezembro, sairia no final de fevereiro.

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→ Anfavea confirma: Rota 2030 só sairá no final de fevereiro.

Março começou e nada de sair a nova política industrial automotiva, prevista inicialmente para 30 de agosto e depois disso adiada por várias vezes. “Não sei se sai este ano”, admitiu na quinta-feira, 1, o vice-presidente de Comunicações, Relações Externas e Digital do Grupo PSA para a América Latina, Fabrício Biondo, também vice-presidente da Anfavea.

O executivo disse que o setor ainda se esforçará para que o Rota 2030 seja divulgado em março ou abril, mas admitiu que as empresas terão de rever planejamentos caso não haja definições a curto prazo quanto às novas metas de eficiência energética.

“Seria muito ruim não sair este ano. A proposta já discutida com o governo envolve avanços consideráveis até 2021 em relação às metas de eficiência energética estabelecidas no Inovar-Auto. E as empresas estavam se planejando nesse sentido. Mas teríamos de começar a trabalhar já. Sem definições, temos de rever o planejamento”.

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→ Rota 2030 deve exigir aumento de 12% na eficiência energética dos veículos

O grande impasse dentro do governo com relação ao Rota 2030, envolvendo o MDIC, Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, e o Ministério da Fazenda, são os incentivos à Pesquisa & Desenvolvimento. Para Biondo, é importante entender que mais do que incentivos, o que se discute são investimentos, que envolvem inclusive aportes das próprias montadoras.

“Nós temos o etanol no Brasil e poderíamos direcionar nossos investimentos para ir direto para a célula de combustível, sem passar pelo carro elétrico. Mas isso exige uma regulamentação, daí a importância do Rota 2030”.

Já há quem diga que diante do impasse interministerial a decisão final sobre o Rota 2030 estaria nas mãos do presidente Michel Temer. Como é um ano eleitoral, teme-se pelo risco de o programa ser adiado para 2019. É certo que as promessas do governo já caíram no descrédito. Representante do MDIC, em evento promovido por uma montadora em fevereiro, chegou a garantir que o Rota 2030 sairia nos próximos dias, ou seja, ante do mês acabar. Mas entra mês e sai mês e nada, daí a grande frustração reinante hoje no setor.


 

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Alzira Rodrigues

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