Por George Guimarães | george@autoindustria.com.br

Pablo Di Si,  presidente e CEO da Volkswagen do Brasil e também da América do Sul, América Central e Caribe,  é enfático: independente de o Rota 2030 ser implantado, e com quais parâmetros, a montadora não alterará uma vírgula seu atual ciclo de investimentos no País de R$ 7 bilhões . “Essa decisão já foi tomada, não há porque mudar”, diz, objetivamente.

O atual programa de investimentos contempla a modernização do parque fabril da empresa, em especial a planta de São Bernardo do Campo (SP), e o lançamento de 20 veículos no mercado interno até 2020. Três deles, os nacionais Polo e Virtus e a picape argentina Amarok V6, chegaram às revendas nos últimos meses.

Apesar de reiterar os atuais planos da Volkwagen, Di Si alerta que a falta de uma política industrial que estabeleça regras de longo prazo pode, sim, influenciar os números do próximo ciclo de investimentos da montadora e das concorrentes, principalmente em pesquisa e desenvolvimento.

“Precisamos saber se o Brasil quer apenas montar carros ou desenvolver produtos e tecnologias, se queremos agregar valor local. Essa é a grande pergunta que tem que ser respondida!”

Di Si entende que, se não houver parâmetros e metas bem definidas, a indústria automobilística local corre o risco de retornar à estagnação dos anos 1990, quando o desenvolvimento era feito totalmente no exterior. As tecnologias que estão nos carros atuais, avalia o executivo, decorreram, em boa parte, dos desafios propostos pelo Inovar-Auto.

“Se o Rota 2030 não for aprovado, acho que pesquisa e desenvolvimento diminuirão drasticamente no Brasil”, afirma o executivo, que, porém, ainda alimenta alguma esperança de ver o programa sair efetivamente do papel.

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Mas, por enquanto, certo mesmo é que tudo seguirá como o programado. E o quarto dos vinte modelos previstos para o Brasil já está nos navios. O novo Tiguan chegará às concessionárias em abril, mais tardar maio.  Importado do México, o utilitário esportivo terá a inédita configuração de sete lugares.

Mas ele é apenas um dos cinco utilitários esportivos VW que comporão o variado cardápio da marca aqui nos próximos três anos. Di Si não tem dúvidas de que o segmento de SUVs seguirá em forte ascensão no Brasil.

Tanto que já tem definido — e deve ser apresentado talvez ainda em 2018 —, o T-Cross, modelo que sairá da fábrica de São José dos Pinhais (PR), e o Tarek, que será fabricado na Argentina no ano que vem e que terá a clara missão de abastecer o mercado brasileiro, até para ajudar na balança comercial da empresa entre os dois países. Hoje a montadora traz do país vizinho somente a picape Amarok e poucas unidades da Spacefox.

 

Primeiro bimestre forte — O desempenho  mercadológico da Volkswagen no primeiro bimestre tem deixado um largo sorriso no rosto do CEO da Volkswagen.  Não para menos: os mais de 48,6 mil emplacamentos no período superaram em 37% os resultados dos mesmos meses do ano passado, enquanto a média de crescimento do mercado foi de 19%.

Com isso, a marca ganhou expressivos dois pontos porcentuais de participação. Chegou a 14,8% e à segunda colocação, à frente da Fiat e atrás apenas da General Motors, que fechou o bimestre com 18,7% das vendas. Ainda assim a diferença entre elas também caiu dois pontos, já que a Volkswagen deteve 12,5% do mercado brasileiro em 2017, enquanto a GM, 18,1%.

O resultado é ainda mais significativo quando se sabe que o novíssimo Virtus, na prática, começou a ser vendido mesmo em fevereiro — foram emplacados 1.455 veículos no mês — e o Polo já alcançou a quarta posição entre os modelos mais vendidos no bimestre, com 11,6 mil unidades negociadas.

“Nos primeiros oito dias de março já ficamos à frente do mercado, crescemos 65% enquanto a média foi de 30%. Mas isso é apenas uma fotografia, prefiro destacar mesmo o filme dos últimos meses”, ilustra Di Si, exibindo em seu tablet gráfico ascendente de vendas da marca desde o último trimestre de 2017.


Foto: Divulgação/Volkswagen

 

 

 

George Guimarães
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