Por George Guimarães, de Buenos Aires | george@autoindustria.com.br
Ana Theresa Borsani, diretora geral das marcas Peugeot, Citröen e DS no Brasil, afirma que 2018 será o “ano da Citroën” no País. A executiva manifestou tamanho otimismo durante o lançamento do face-lift do C4 Lounge nesta quarta-feira, 14, em Buenos Aires, Argentina.
Mais do que os efeitos das mudanças no sedã, que representa apenas 15% das vendas da marca no Brasil, a executiva deixa claro que sua confiança deriva, sobretudo, do forte trabalho que vem sendo empreendido para valorização da imagem de marca e também da já anunciada chegada do Cactus, SUV que começará a ser produzido em Porto Real (RJ) no segundo semestre, além de uma forte ofensiva em veículos comerciais.
Os trabalhos para alçar a imagem dos carros Citroën no Brasil já ingressaram no segundo ano. “Queremos que a Citroën, que já é um símbolo de status, conforto e qualidade, seja também referência de relação com o consumidor”, diz Ana Theresa, que destaca os programas de recompra garantida e ferramentas como o Citroën Advisor Service, que permite ao cliente avaliar os serviços das concessionárias e compartilhar publicamente sua opinião, como símbolos desse caminho que pretende intensificar.
“Tanto que teremos também o Citroën Advisor Produto, pelo qual os consumidores avaliarão nossos veículos. Os clientes é que atestarão nossas qualidades e essa transparência que marcará esse nova relação.”
Enquanto os novos produtos não chegam, a montadora trata de, digamos, dar um polimento no C4 Lounge, modelo que teve apenas 3,3 mil unidades emplacadas no ano passado. Foi o nono sedã médio mais vendido no mercado interno, com 2,1% de participação do segmento que ultrapassou 153 mil veículos e que teve na liderança o Toyota Corolla, com mais de 43% dos emplacamentos, aponta a Fenabrave.
Produzido na fábrica de El Palomar, na região de Buenos Aires, o C4 Lounge mudou pouco. Maior destaque na carroceria são o conjunto ótico dianteiro, que incorpora faróis de full led, as lanternas traseiras com aspecto tridimensional, para-choques — o dianteiro carrega luz diurna, DRL, cujo formato remete ao “C” de Citroën — e rodas de 17 polegadas.
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Por dentro, o sedã agora tem painel digital, mas ainda monocromático e bem aquém do que se vê, por exemplo — apenas para ficar dentro do próprio grupo —, no Peugeot 3008, que pode ser totalmente personalizado e dispõe de grafismos com alta resolução. Mas o sedã ganhou também nova central infotainment, de 7 polegadas.
Para o consumidor comum, o C4 Lounge agora é vendido em apenas duas versões: Feel, com preço inicial de R$ 93.920,00, e Shine, que custa R$ 102.790,00 e se distingue da primeira por itens de conforto, como, por exemplo, teto solar, e por incorporar dois airbags tipo cortina além dos quatro presentes na Feel.
O motor de ambas é o conhecido e ótimo 1.6 THP de 173 cavalos, presente também em uma terceira opção, a Live, exclusiva para o segmento PCD e vendas diretas, e que sai por R$ 69.990,00.
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As três têm também de série, dentre outros recursos, controle de estabilidade, assistente de partida em rampa e transmissão automática Aisin de seis marchas, com modos de condução econômica e esportiva, e faróis de neblina com função “Cornering Light”, ativada para iluminar o interior das curvas.
Pelo novo pacote de conteúdos e faixa de preço das duas primeiras versões, Nuno Coutinho, diretor de marketing da Citroën, entende que as vendas do sedã no varejo, que responderam por apenas um terço das unidades negociadas no ano passado, poderão avançar cerca de 40% ao longo de 2018.
“O segmento hoje é dominado por dois modelos, que têm aproximadamente 70% das vendas. Por enquanto, vamos brigar pelos 30% restantes”, admite o executivo, fazendo referência indireta a Toyota Corolla e Honda Civic, tradicionais líderes entre os sedãs médios. “Mas o C4 Lounge tem potencial para vender bem mais, com certeza.”
Fotos: Divulgação/Citroën
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