Por George Guimarães | george@autoindustria.com.br
O primeiro percurso oficial, iniciado nesta segunda-feira, 19, é de cerca de 1,5 mil quilômetros entre São Paulo e Brasília (DF), mas a Toyota pretende que seus esforços no desenvolvimento de seu primeiro carro híbrido-flex cheguem muito mais longe, bem mais. A ponto, até, de justificarem a produção da tecnologia aqui.
O modelo, um Prius, partiu da Universidade de São Paulo, na Capital paulista, e chegará na quarta-feira na Universidade de Brasília. Projeto conjunto com as duas universidades, além de outras entidades, como a Unica, União da Indústria de Cana-de Açúcar, tem um motor elétrico e outro a combustão interna que funciona a gasolina e etanol.
“É o primeiro carro híbrido flexfuel do mundo, um marco para a indústria brasileira e para a Toyota”, afirma Steve St. Angelo, CEO da montadora para América Latina e Caribe, lembrando que a Toyota foi a primeira montadora a oferecer híbridos em escala comercial e que já vendeu mais de 11 milhões de unidades em todo o mundo.
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“Um carro híbrido que utiliza etanol é o casamento no paraíso. Tende a ser o híbrido mais limpo do planeta” , completa St.Angelo, que, no entanto, diz que a empresa ainda está estudando a possibilidade de produção de modelos híbridos no País.
Não poderia ser diferente. Os fabricantes de automóveis ainda aguardam o plano governamental Rota 2030 sair da gaveta. Um dos pilares do programa é exatamente a maior eficiência energética dos veículos e, sem incentivos, como tributação diferenciada, dificilmente fabricarão híbridos aqui.
Assim a viagem a Brasília servirá para colher informações para a sequência do desenvolvimento, mas —talvez até mais — também para chamar a atenção do governo para a tecnologia e a necessidade de um tratamento diferenciado para esses modelos em todo o País.
O Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, já reduziu o IPVA dos híbridos de 4% para 1,5%, assim como algumas cidades. Mas o IPI, tributo federal, é ainda de 25%, semelhante a carros convencionais com motor acima de 2 litros.
Segundo a montadora, estudos preliminares indicam que o híbrido flex tem um dos mais altos potenciais de compensação e reabsorção na emissão de CO2 gerado desde o início do ciclo de uso do etanol de cana-de-açúcar até a sua queima no carro.
As pesquisas começaram há quase três anos com testes em laboratórios. A fase de coleta de dados em rodagem começa exatamente com a viagem a Brasília, que terá escalas em Paraguaçu Paulista (SP), Frutal (MG) e Cristalina (GO).
“ A Toyota acredita que o híbrido flex, quando produzido em escala comercial, possibilitará a reabertura de um novo período de aprimoramento técnico de toda a cadeia automotiva”, acrescenta Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil, empresa que completou 60 anos no Brasil.
Fotos: Divulgação/Toyota/AutoIndústria
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