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Volkswagen investe R$ 2 bilhões para produzir o SUV T-Cross no Paraná

Fábrica passará por modernização para iniciar a produção no começo de 2019

Por Décio Costa, de São José dos Pinhais | decio@autoindustria.com.br

A Volkswagen anunciou oficialmente na terça-feira, 3 de abril , a produção do utilitário esportivo T-Cross em sua fábrica de São José dos Pinhais (PR).

Em cerimônia realizada no complexo paranaense com a presença de autoridades, Pablo Di Si, CEO da empresa na América do Sul, Central e Caribe, revelou que serão investidos no projeto R$ 2 bilhões: R$ 600 milhões no desenvolvimento do produto e o R$ 1,4 bilhão restante na ampliação e modernização da fábrica.

Os recursos fazem parte do pacote anunciado para o Brasil até 2020 de R$ 7 bilhões, com os quais a montadora empreende a maior ofensiva de produtos já realizada pela empresa no País, com o lançamento de 20 modelos – 13 produzidos no Brasil, dois na argentina e cinco importados.

As primeiras unidades do novo utilitário esportivo sairão da linha de montagem paranaense no início do ano que vem. A fabricante antecipa que a ideia já é também iniciar a exportação do  veículo para os principais mercados da América do Sul, Central e Caribe ainda no primeiro semestre de 2019.

Beto Richa e Pablo Di Si (à dir.): adequação de São José dos Pinhais à Indústria 4.0 e cinco SUVs no Brasil até 2020.

O T-Cross  será produzido sobre a plataforma modular MQB, a mesma adotada pela montadora no Passat e no Golf e, mais recentemente, na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) para a fabricação do Polo e do Virtus, os dois mais recentes lançamentos da marca no Brasil.

“Estamos preparando uma nova Volkswagen, que demanda um nova atitude da empresa”, resumiu Di Si. “O T-Cross, o primeiro SUV produzido pela companha no Brasil é mais um etapa. No ano passado, encerremos presença em 70% nos segmentos de volume. Chegaremos em 2020 com participação de 92%.”

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Inaugurada há dezenove anos, a fábrica localizada na região metropolitana de Curitiba já produziu mais de 2,6 milhões de veículos das marcas Volkswagen e Audi. Atualmente, com quadro de 2,6 mil trabalhadores, fabrica os Volkswagen Fox e Golf e os Audi A3 Sedan e Q3.

Até o fim do ano, São José dos Pinhais passará por melhorias tecnológicas em todas as áreas produtivas. A estamparia ganhará 158 novas ferramentas, enquanto a armação será ampliada em 5,5 mil m² e receberá 239 robôs e equipamentos de solda a laser. Também receberão novos equipamentos  as áreas de pintura e a montagem final.

A unidade está sem produzir há duas semana e permanecerá assim por mais três ou quatro semanas para receber os ajustes programados. De acordo com Di Si, a chegada do T-Cross em São José dos Pinhais retomará o primeiro turno de forma gradual até se tornar integral no início do ano que vem, com a volta do contingente de trabalhadores em lay-off. Em março retornaram ao trabalho 450 empregados. Hoje, a unidade ainda mantém 321 funcionários em condições de flexibilização, mas que ao longo do ano estarão novamente em seus postos de trabalho.

A unidade ainda adotará processos, tecnologias e equipamentos para enquadrá-la no conceito de Indústria 4.0.  Segundo a Volkswagen, as medidas, além de assegurarem a qualidade final e outros ganhos, reduzirão o tempo de ajuste de ferramentais na estamparia, garantirão áreas mais enxutas e mais eficientes, que terão, naturalmente,  menores custos e fluxo logístico mais simplificado e preciso.

Durante o anúncio de investimento na fábrica, o CEO da Volkswagen adiantou que as adequações de agora feitas na unidade paranaense já preparam o futuro para novos produtos. “Ainda estamos definindo o produto, mas já sabemos que não precisaremos fazer novas alterações na linha.”

Revisão das projeções? – Diante do desempenho apresentado pelo mercado automotivo do primeiro trimestre, Di Si já admite rever projeções. Pelas contas do executivo, de janeiro a março as vendas de automóveis e comerciais leves cresceram 14,7% sobre o mesmo período do ano passado, enquanto os negócios da Volkswagen aumentaram 31,7%.

“Anteriormente,havia revelado estimativa de que o mercado brasileiro cresceria 40% nos próximos quatro anos. Já estamos pensando em rever para cima essa projeção.”


Fotos: AutoIndústria/Divulgação/VW

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George Guimarães

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