O avanço nos três primeiros meses, no entanto, ainda não permitiu ocupar de maneira adequada as linhas de montagem, que operam com ociosidade em torno de 70%
Por Décio Costa | decio@autoindustria.com.br
Os números do desempenho do segmento de caminhões divulgados na quinta-feira, 5 de abril, pela Anfavea, mais uma vez indicam que a turbulência econômica dos últimos anos é uma página virada. No primeiro trimestre do ano, a indústria de pesados produziu 24.427 unidades, crescimento de 55,1% sobre o mesmo período do ano passado, quando a produção somou 15.748 caminhões.
A produção somente no mês de março também seguiu tendência de recuperação com 9.947 unidades produzidas, altas de 28% com relação a fevereiro (7.773 caminhões) e de expressivos 67,1 sobre março do ano passado, quando saíram das linhas de montagem 5.952 unidades.
O forte avanço, porém, ainda não recupera o ritmo de trabalho das fábricas anterior à crise. “Foi um início de ano muito bom, mas o parque industrial do segmento ainda registra uma capacidade ociosa da ordem de 70%”, observa Antonio Megale, presidente da Anfavea. “O segmento precisa crescer mais. E tudo indica que sim, com a melhora dos indicadores econômicos.”
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No mercado interno, o segmento de caminhões também só respondeu por bons resultados. Em março foram vendidos 5.932 veículos de carga pesados, aumentos de 46,8% na comparação com fevereiro, quando os licenciamentos somaram 4.040 unidades, e de 44,5% em relação a março de 2017, com 4.104 unidades vendidas.
“É importante observar que os números de vendo no começo do ano passado eram muito baixos, mas os resultados de agora indicam que estamos no caminho certo. Caminhões é PIB e o cenário atual sinaliza de que ele (PIB) virá”, diz Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea e diretor de relações institucionais da Mercedes-Benz. “Depois, a queda na taxa de juros tem proporcionado ao transportador alternativas de financiamentos, além do Finame, como o CDC, antes impeditivo para compra de caminhão.”
Apesar do patamar de vendas semelhante ao de 2003, o vice-presidente da acredita que o segmento está na direção certa da recuperação, já com média diária de 300 unidades e de encontro às estimativas da associação de crescimento por volta de 25% em 2018. “O que falta agora é a volta dos setores de infraestrutura e construção para consolidar a retomada das vendas de caminhões.”
O mercado externo também segue proporcionando resultados positivos nos resultados do segmento. De janeiro a março, a indústria de caminhões acumula embarques de 7.325 unidades, crescimento de 25,3% na comparação com o mesmo primeiro trimestre do ano passado, quando as remessas somaram 5.844 caminhões.
Ônibus – O segmento de chassi acompanha a trajetória de recuperação apresentada pelo o de caminhão. As vendas internas no acumulado do primeiro trimestre somaram 2.758 unidades, crescimento de 54,2% sobre os 1.789 chassis entregues um ano antes.
Nos mesmos três primeiros meses, as exportações de ônibus acumularam embarques de 2.473 unidades, volume 51,2% superior ao anotado no primeiro trimestre do ano passado, de 1.636 chassis.
No chão de fábrica, a alta na produção do primeiro trimestre 2018 foi de significativos 67,4% com 6.886 chassis produzidos contra 4.113 unidades no mesmo período de 2017.
Foto: Mercedes-Benz/Divulgação
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