Por George Guimarães | george@autoindustria.com.br
Quais são as marcas de automóveis e comerciais leves líderes de vendas no Brasil? No ano passado, General Motors, Fiat, Volkswagen e Ford, nesta ordem, ocuparam as quatro primeiras posições — aliás, quarteto que, mesmo com algumas trocas de posição ao longo dos anos e com participação decrescente na última década, sempre liderou o mercado brasileiro em número de veículos negociados.
Mas e se o critério for o valor faturado? Mudaria algo? Sim, e bastante, segundo um curioso levantamento feito com veículos que custam até R$ 140 mil — a quase totalidade do mercado brasileiro — e coordenado por Sérgio Habib, presidente do Grupo SHC, que engloba concessionárias e também é importador dos automóveis JAC.
A ordem neste caso é bastante alterada e tem, entre as líderes, empresas de volumes negociados muito inferiores às das ponteiras. O caso mais flagrante é o da Toyota.
Com quase 190 mil automóveis e comerciais leves vendidos em 2017, a montadora japonesa respondeu por 8,7% do mercado interno e ficou apenas na sexta posição em número de emplacamentos.
Considerado, porém, o ticket médio de R$ 100.300,00 de seus veículos nacionais e importados, a empresa passa para o segundo lugar, com participação de 12,5% no faturamento total do mercado interno.
A líderança seguiria nas mãos da General Motors também neste critério. Os carros da Chevrolet, que superaram 394 mil unidades vendidas, equivalentes a fatia de 18,1%, têm ticket médio de R$ 59.100,00, segundo o levantamento do Grupo SHC.
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A Fiat, segunda colocada em unidades com 13,4% e quase 291,4 mil emplacamentos, cai no ranking de faturamento para o quarto posto. Isso porque a marca italiana tem o segundo menor tícket médio do mercado: apenas R$ 51.200,00, à frente somente da ainda inexpressiva Chery, cujos carros têm valor de tabela médio de R$ 31.700,00.
Para chegar ao tícket médio das marcas, Habib associou o preço de tabela de cada um dos automóveis e comerciais leves oferecidos no mercado brasileiro e o número de emplacamentos de cada um deles no Renavam. A conta é simplista, reconhece o empresário, e não leva em consideração, por exemplo, as vendas diretas, que têm preços praticados bem inferiores, eventuais descontos para determinados modelos e versões, além de outras pequenas possíveis distorções.
Ainda assim Habib entende que a média ponderada não deixa de ser um interessante indicador da ordem de grandeza de quanto cada empresa movimenta e seu peso no faturamento global das vendas de veículos. “Até porque os descontos praticados sobre os preços de lista não variam muito de uma empresa para outra”, diz o executivo.
O ranking de faturamento tem ainda a Volkswagen no terceiro posto, com 10,2% e veículos de preços médios de R$ 57.800,00. Esse valor, no entanto, já deve ter mudado bastante no primeiro trimestre de 2018. “Polo e Virtus, os principais produtos da VW agora, com certeza alteraram essa média para cima”, diz Habib, que calcula o ticket médio dos modelos JAC que importa em R$ 69.900,00, pouco abaixo da média nacional de R$ 71 mil.
Dentro do universo de veículos que custam até R$ 140 mil, a marca de carros de maior valor médio é a Mitsubishi, que concentra suas vendas sobretudo em utilitários esportivos e que teve participação de apenas 1% no mercado interno no ano passado. Seus modelos custam, em média, R$ 134.400,00, mas com diminuta fatia de 1,9% no faturamento total.
Outra marca dedicada aos SUVs, a Jeep, ocupa o segundo posto, com valor médio de R$112.400,00 e 6,4% dos negócios, mais do que a partipação de 4,1% registrada em unidades vendidas. Esse resultado agrada muito à FCA, dona também da Fiat. Somadas, as duas marcas detiveram 16,1% do faturamento do mercado interno, mais até do que a líder GM.
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