Por Alzira Rodrigues | alzira@autoindustria.com.br
O tão esperado programa Rota 2030, que definirá novas metas para o setor automotivo brasileiro, está em fase final de conclusão e deverá ser finalmente divulgado em maio. Ao menos foi o que informou o presidente da Anfavea, Antonio Megale, após reunião com o presidente Michel Temer na terça-feira, 24, que teve a participação de representantes de todos os elos do setor automotivo, incluindo Sindipeças, Abeifa e Fenabrave.
“Estamos em fase final de ajustes. Os últimos acertos devem ocorrer ainda esta semana e a expectativa é a de que o Rota 2030 seja divulgado em maio”, comentou Megale.
Ainda em debate, segundo ele, a questão dos mecanismos a serem adotados para que haja incentivos do governo à Pesquisa & Desenvolvimento: “A ideia é utilizar a Lei do Bem, ver como aplicá-la no setor”.
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O problema, segundo admite o próprio presidente da Anfavea, é que a Lei do Bem presume que as empresas estejam gerando lucro. “Só que a maioria das montadoras, por causa da crise dos últimos anos, ainda registra prejuízo, o que dificulta a aplicação da lei. Mas estão sendo acertados alguns detalhes para tornar viável a sua aplicação no setor”.
Fonte do setor informou que um dos embates no encontro com o presidente Temer foi a real situação das indústrias do setor. As montadoras alegam prejuízo mas não abrem seus números. Os incentivos em Pesquisa & Desenvolvimento programados pelo Rota 2030 envolvem, a princípio, renúncia fiscal estimada em R$ 1,5 bilhão.
Essa renúncia tem sido o principal motivo de discordância entre o MDIC, Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, e o Ministério da Fazenda, que é contra qualquer tipo de perda de arrecadação de impostos neste momento. Megale garantiu, no entanto, que os dois Ministérios – após meses de discussão e vários adiamentos da divulgação do programa – estão chegando a um entendimento em conjunto com a indústria.
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O presidente da Anfavea não quis falar em valores. Disse que como a tendência é a de o setor voltar a ter lucro, a aplicação da lei dependeria do resultado de ciclos futuros. “O valor é difícil estimar, precisa ter o formato final”. Pode ser, assim, que fique abaixo da estimativa de R$ 1,5 bilhão porque envolveria a princípio valores menores por causa dos resultados negativos das empresas.
De qualquer forma, o presidente da Anfavea reafirmou a importância dos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento para reter o conhecimento no País, principalmente o relativo ao biodiesel, tecnologia liderada mundialmente pelo Brasil. “O programa é muito importante para o setor por trazer previsibilidade. Nossos ciclos de investimentos são longo e precisamos ter regras definidas de longo prazo”.
O Rota 2030 – esperado inicialmente para agosto do ano passado e com divulgação várias vezes postergada – envolverá três ciclos de investimento de cinco anos cada, incluindo metas de eficiência energética e segurança veicular.
Foto: Divulgação/Fotos Públicas
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