Quantas vezes lemos nos jornais, revistas e material promocional das fábricas, que o modelo “X” rodou milhares e milhares de quilômetros, em testes para garantir que seu produto será confiável para o consumidor. A Toyota também faz isso com os seus produtos, mas um caso em especial vale a pena conhecer.
Faz 27 anos que a montadora adotou o Instituto Arara Azul, instalado no Pantanal e criado para evitar que a espécie arara azul deixasse de existir. O primeiro passo foi ceder um Bandeirante para que a bióloga Neiva Guedes levasse adiante seu projeto de salvar da ave em extinção. Durante 11 anos, o veículo rodou 480 mil km, vencendo os obstáculos do Pantanal, com suas constantes cheias.
Hoje quatro Hilux atendem às necessidades do Instituto. As duas primeiras chegaram em 2001, quando o Bandeirante foi aposentado. Em 2006, foram trocadas, por três novas picapes.
Histórias de salvamentos – Nestes anos todos, os veículos da Toyota serviram para rodar cerca de 1,5 milhão de quilômetros buscando ninhos, enfrentando terrenos alagados, levando e trazendo materiais entre a sede e as bases avançadas. E foi num deles que a Fernanda Fontoura, bióloga que trabalha no Instituto, viveu sua maior aventura.
Era uma época de enchentes e havia necessidade de chegar a um ninho onde estava um filhote de arara azul. O caminho estava com muita água acumulada, fazia muito tempo. A Hilux venceu as dificuldades e Fernanda conseguiu chegar para fazer a identificação das aves, colocar microchip, fazer coleta de sangue e todos os procedimentos necessários.
“Foi difícil”, conta Fernanda. “A cada momento achávamos que não iríamos conseguir. Mas, felizmente, tudo deu certo e conseguimos atender a todos os procedimentos. A volta foi ainda mais difícil, mas a missão estava cumprida”.
Cézar Corrêa é quem se pode chamar de “braço direito” de Neiva no campo de trabalho. Sabe tudo sobre as araras azuis, conhece cada ninho e seu modo de falar mostra, claramente, que ele adora o que faz. No começo do ano 2000, predadores estavam atacando ninhos na reserva. Ele pegou a Toyota e seguiu para o local, que ficava distante 15 km da base. Os ninhos ficavam a 1,5 k um do outro.
Para evitar os predadores, ele e a equipe retiraram os ovos das araras, levando-os para um encubadora no laboratório, para uma perfeita eclosão. Em seu lugar colocaram ovos de galinha. No tempo certo, fizeram a troca dos ovos, indo e vindo entre os ninhos, cuidando para que tudo desse certo. E deu!
Hoje o projeto das Araras Azuis conta com quatro Hilux, de última geração, que, com suas antecessoras, contando o Bandeirante, já percorreram 1,460 milhão de quilômetros, o que representa média de aproximadamente 54 mil km/ano. Parece pouco, mas lembre-se que são distâncias percorridas em terra e alagados.
Neiva Guedes lembra que o trabalho tem resultados positivos em razão da mobilidade que tem para manejo dos ninhos, envolvimento com as comunidades pantaneiras,andar pelo Pantanal, conhecer a espécie, realizar experimentos e, sobretudo, nunca abandonar o campo.
Fotos: Divulgação/Toyota
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