Indústria exportou 240 mil veículos no primeiro quadrimestre
Por George Guimarães | george@autoindustria.com.br
Dentre as boas notícias que o primeiro quadrimestre de 2018 reservou para o setor automotivo brasileiro, uma das melhores é o contínuo crescimento das exportações. No acumulado do ano até abril, o Brasil já despachou via portos 240 mil veículos, 7,5% a mais do que em igual período do ano passado.
Somente em abril foram embarcados 69,6 mil automóveis, caminhões e ônibus, 19,7% a mais do que no mesmo mês de 2017. “É melhor abril da história do setor e o melhor resultado mensal desde maio do ano passado”, enfatiza Antonio Megale, presidente da Anfavea.
O atual vigor das exportações pode ser mensurado também pela média dos primeiros quadrimestres. Nos últimos dez anos, foi de 153 mil veículos. Ou, os negócios de 2018 ultrapassaram esse patamar em 57%.
As máquinas agrícolas e rodoviárias, produtos de maior valor agregado, têm peso importante nessa conta. O faturamento no segmento cresceu 52% no período, enquanto que nos automóveis e comerciais leves aumentou 21%.
O número de máquinas embarcadas também teve aumento significativo. Com as 1,1 mil registradas em abril, a indústria brasileira já exportou 4 mil unidades em 2018, 26,3% a mais do que o resultado acumulado nos quatro primeiros meses do ano passado.
O presidente da Anfavea destaca que o bom momento das exportações, já uma realidade desde 2017, reflete a ascensão de vários mercados sul-americanos. As transações, ilustra Megale, são crescentes em especial com Chile, Peru, Uruguai e Colômbia.
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O executivo, em contrapartida, lamenta o desaquecimento dos embarques para o México, às voltas com dificuldades econômicas geradas por impasses comerciais com os Estados Unidos, principal parceiro econômico.
O México responde agora por cerca de 7% do volume de veículos brasileiros exportados, quase a metade da participação que manteve nos últimos anos e já um índice semelhante ao do mercado chileno.
Risco Argentina — A Anfavea projeta que as exportações devem somar 800 mil veículos em 2018, apenas 5% a mais do que em 2017. O número é conservados, admite Megale, mas se deve, em parte, ao momento econômico instável da Argentina, que começa a assimilar agora o recente aumento das taxas de juros e de desvalorização mais acentuada do peso.
O país vizinho é o principal destino dos veículos brasileiros, responsável por mais de 70% do que as montadoras vendem lá fora. Por enquanto, diz Megale, o setor automotivo brasileuro não sentiu qualquer impacto nas encomendas. “Mas é muito cedo ainda para isso”, pondera.
Ilustração: Pixabay
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