Por George Guimarães | george@autoindustria.com.br
Passado o primeiro quadrimestre, a indústria de máquinas agrícolas e rodoviárias já tem pelo menos uma certeza: a projeção de vendas ao mercado interno para 2018 será revista. Melhor: para bem acima dos 3,7% de crescimento estimados pela Anfavea no início do ano. Segundo Alfredo Miguel Neto, vice-presidente da entidade, as vendas de máquinas devem crescer, no mínimo, o dobro do que o setor esperava.
Porém, o presidente Antonio Megale vai além e admite até uns 9% acima de 2017. “Teremos um novo número no mês que vem, com certeza”, disse o executivo, que prefere aguardar o balanço final da Agrishow, principal feira do agronegócio na América Latina e uma das três maiores do mundo, realizada de 30 de abril a 4 de maio em Ribeirão Preto (SP).
Os números parciais, de qualquer maneira, justificam parte do otimismo dos dirigentes. Segundo Neto, o número de pedidos já contabilizados foi 22% maior do que na edição de 2017.
Um executivo de um grande fabricante, porém, alerta que pedidos não necessariamente resultam em negócios. “É usual os produtores fazerem pedidos para os mesmos produtos para mais de um fabricante”, afirma.
O ritmo de transações, de qualquer forma, é crescente desde janeiro. Embora no acumulado dos primeiros quatro meses tenham sido negociadas somente 11,7 mil máquinas, 7% menos do que no primeiro quadrimestre do ano passado, só em abril foram vendidas 4,1 mil, o melhor resultado mensal do ano.
Neto lembra que o momento é favorável também pela combinação das boas cotações das principais commodities agrícolas com a expectativa da safra de 230 milhões de toneladas de grãos, a segunda maior da história, perdendo apenas para a de 2016/2017.
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“Mas a rentabilidade do produtor será maior este ano”, indica o vice-presidente da Anfavea, que lembra que o IC Agro, Índice de Confiança do Agronegócio, é crescente — chegou a 107,1 pontos no primeiro trimestre, 6,8 pontos acima do trimestre anterior e o melhor índice da série histórica.
Ainda que a produção esteja praticamente estável em 2018 — 17,1 mil máquinas agrícolas e rodoviárias no quadrimestre, apenas 1,3% acima do resultado do mesmo período do ano passado — , Megale acrescenta que os números poderão ser ainda melhores para a indústria de máquinas caso o Plano-Safra 2018/2019, a ser divulgado pelo governo federal no início de julho, traga juros adequados e crédito abundante para sustentar o crescimento no campo.
Foto: Divulgação
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