Veículos com até três anos de uso têm demanda reduzida, enquanto cresce a procura pelos usados mais velhos
Por Alzira Rodrigues | alzira@autoindustria.com.br
O mercado de veículos usados está em alta este ano, mas não o dos chamados seminovos, aqueles com até três anos de uso. Esse segmento acumulou venda de 888,5 mil unidades no primeiro quadrimestre do ano, volume 49,6% inferior ao verificado no mesmo período de 2017, quando foram comercializados 1,76 milhão de seminovos.
Em abril,com 244,5 mil negócios relativos a seminovos, até houve crescimento sobre março, de 6%. Mas no comparativo com o mesmo mês do ano passado a queda é de 42,9%, confirmando no acumulado do ano índice de retração similar ao verificado até março.
Os dados são da Fenauto, Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, e englobam automóveis, comerciais leves, pesados e motos. Os veículos duas rodas representam perto de 20% do total das vendas de usados.
Considerando todos os segmentos do mercado, foram vendidos no quadrimestre total de 4,46 milhões de usados, 5,1% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado (4,25 milhões). É curioso notar que ao contrário dos anos de crise no setor, o mercado de usados cresce este ano em ritmo mais lento do que o de zero-quilômetro.
E o de seminovos decresce basicamente por dois motivos. A menor oferta de carros com até três anos de uso por causa da queda do mercado de novos entre os anos de 2013 e 2016 e a decisão do consumidor que tem um modelo mais antigo de passar direto para o zero-quilômetro ao invés de comprar um menos usado.
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O segmento que mais cresceu foi o de usados com 9 a 12 anos– alta de 79%, para 749,3 mil unidades. O de veículos com 4 a 8 anos de uso teve expansão de 36,9%, para 1,8 milhão de unidades, e os chamados velhinhos, com mais de 12 anos, crescimento de 34,9% para 922,6 mil unidades.
De acordo com a Fenauto, entidade que representa o segmento de lojistas multimarcas de veículos seminovos e usados, as vendas de usados em abril atingiram quase 1,2 milhão de unidades, contra 1 milhão 20 mil em março, uma evolução de 4,4%. Em relação a abril do ano passado o resultado é positivo em 16,8%.
Sobre os números do quadrimestre, o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos, diz que a entidade mantém a convicção de que o mercado está retornando, progressivamente, aos patamares normais de venda. “Persistindo essa evolução, provavelmente deveremos atingir um índice positivo semelhante ao obtido em 2017 sobre 2016, que foi de 6,2% para o mercado total de usados”.
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