Por Joel Leite
A Fiat, que liderou o mercado brasileiro de 2005 a 2015, hoje disputa a segunda posição com a Volkswagen e reduziu a participação de 25% para 12,5%. Mas a FCA – que reúne Fiat e Chrysler, comemora a liderança de mercado em abril, juntando as duas principais marcas do grupo, com 17,8% das vendas, contra 16,1% da GM, líder por marca.
A estratégia da FCA é o conjunto das marcas, que além das duas primeiras, tem RAM, as premium Alfa Romeo e Maserati, além de Jeep e Dodge. Mais do que isso, a estratégia da FCA não é o Brasil, mas o mercado latino-americano, que inclui a Argentina e também os importantes Chile, Colômbia e Peru, além de outros mercados de menor expressão, mas com boas perspectivas de crescimento.
O novo presidente da FCA, Antonio Filosa, está empolgado com o que considera um momento favorável na economia brasileira e do continente: “Vamos ter uma retomada expressiva de mercado”.
Filosa explica que a estratégia da empresa mudou a partir da constituição da FCA, com a construção da fábrica de Pernambuco e o crescimento do segmento de utilitários esportivos, no qual a empresa conquistou pontos importantes e tem os dois modelos mais vendidos no Brasil: Compass e Renegade.
Ele prevê a liderança do grupo este ano e o crescimento da marca Fiat em 2019, em condições de lutar inclusive pela retomada da liderança por marca em 2020. O plano do grupo para os próximos cinco anos serão revelados no dia primeiro de junho, pelo presidente mundial Sergio Marchionne, em Milão, Itália.
Filosa enumerou cinco indicadores de uma “clara retomada” do mercado brasileiro: crescimento do PIB, investimentos estrangeiros proporcionados pela política de privatizações do governo, retomada do emprego, melhor controle da inflação da história, menor taxa Selic da história.
Citou um estudo quem indicaa confiança do consumidor brasileiro tanto a curto quanto a longo prazos. O efeito dessa confiança, segundo ele, é a recuperação da Classe C com a migração para a Classe B, o que representa aumento de negócios em carros de entrada e de SUVs, além de uma injeção no mercado de picapes, para o qual enxerga muito potencial, com o aumento da safra de grãos, aumento do valor da soja no mercado internacional e ampliação das vendas em consequência da quebra da safra na Argentina, que é o segundo maior exportador.
Filosa elogia o Rota 2030, programa que substituirá o Inovar-Auto, mas que ainda não foi assinado, embora já tenha sido formalizado o atendimento do pleito das montadoras de abaterem o investimento em P&D nos impostos federais. “O Programa 2030 é a melhor política do setor automobilístico do mundo, porque dá a previsibilidade fundamental para o investimento.”
O executivo prevê um mercado de 3 milhões de unidades no Brasil em cinco anos, 1 milhão na Argentina e 1,5 milhão nos demais países da América do Sul, com expressivos crescimentos no Chile, Peru e Colômbia.
“A retomada está consolidada”, definiu o executivo.
Como é bom sangue novo no comando!
* Joel Leite é jornalista, palestrante e criador da Agência AutoInforme, agência especializada no setor automotivo
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