Eventual mudança, diz Antonio Megale, presidente da Anfavea, só depois de 2022
Por George Guimarães | george@autoindustria.com.br
A fórmula de cálculo do IPI dos veículos não mudará com a publicação do Rota 2030. Segundo Antonio Megale, presidente da Anfavea, pelo menos até o fim do primeiro ciclo do programa, previsto para 2022, automóveis e comerciais leves seguirão recolhendo o tributo de acordo com a capacidade cúbica de seus motores.
O setor esperava que o governo adotasse, já em um primeiro momento, também a eficiência energética como parâmetro para a definição das alíquotas do tributo federal. “Não haverá mudança até lá”, assegurou Megale nesta segunda-feira, 21.
Os automóveis com motor até 1 litro recolhem atualmente 7%, enquanto a alíquota para aqueles com motores flex entre 1 litro e 2 litro é de 11% — se forem somente a gasolina o IPI é de 13%%. Para carros com motores acima de 2 litros o IPI é de 18% para os flex e 25% para os a gasolina. O imposto para os utilitários é de 8%.
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O presidente da Anfavea, mais uma vez, brincou com a indefinição sobre a data do anúncio do programa governamental, várias vezes postergada nos últimos meses. Indagado, respondeu: “Deve sair nos próximos dias ou semanas. Só espero que não saia só em 2030”.
Câmbio — Megale se mostra particularmente preocupado com a instabilidade cambial nas últimas semanas. Ele, porém, assegura que a forte valorização do dólar diante do real ainda não teve impacto sobre os negócios do setor:
“Mais do que a taxa, é a volatilidade do câmbio o maior problema. Até para que as empresas recomponham seus estoques de autopeças”, lembra Megale, que recorda que os carros nacionais têm significativa parcela de componentes importados, principalmente eletrônicos.
O quadro econômico da Argentina também começa a compor a pauta de possíveis adversidades para o setor automotivo, entende o presidente da Anfavea: “Temos que acompanhar com grande cuidado o que vai acontecer com o nosso principal parceiro comercial”.
Marcas fora do Salão do Automóvel — Antonio Megale participou, ao lado de José Luiz Gandini, presidente da Abeifa, da apresentação da 30ª edição do Salão do Automóvel. A mostra acontecerá de 8 a 18 de novembro no São Paulo Expo, em São Paulo.
Sob o tema “A conexão que nos move”, o evento deve reunir, segundo os cálculos da organizadora Reed Exhibitions, mais de 700 mil pessoas. Já estão confirmadas trinta marcas de veículos e também ausências importantes: Peugeot, Citroën , Volvo, Jaguar, Land Rover e JAC não participarão.
A montadora sueca já sinalizara que sua estratégia mundial prevê a participação em poucos eventos do gênero daqui para frente em todo o mundo. A JAC já não participou da edição de 2016 e a Jaguar Land Rover afirma que priorizará eventos mais focados no público-alvo de suas marcas.
A surpresa maior, assim, ficou mesmo com a decisão da PSA de não ter espaços para Peugeot e Citroën, marcas de volume e que participaram de todas as edições do salão paulistano desde a abertura do mercado brasileiro, no início dos anos 1990, e antes mesmo de terem produção local.
Em particular a da Citroën, que lançará o C4 Cactus no segundo semestre, seu mais importante produto nacional dos últimos anos.
“O Grupo PSA decidiu que suas marcas não estarão presentes na edição deste ano do Salão do Automóvel de São Paulo. Em 2018, a Peugeot e a Citroën do Brasil continuarão utilizando diversas outras plataformas e canais de comunicação para apresentação de seus produtos e relacionamento com seus consumidores”, comentou a montadora em nota.
Foto: Divulgação/Renault
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