Por Redação | autoindustria@autoindustria.com.br
A produção de veículos leves e pesados em maio corre o risco de ser menor do que as 250,7 mil unidades do mesmo mês do ano passado. Seria a primeira vez em 2018 que a comparação mês a mês indicaria decréscimo com relação a 2017. A razão: falta de componentes nas linhas de montagem em virtude da greve dos caminhoneiros e fábricas absolutamente inativas.
Com o abastecimento de peças prejudicado, a maioria das montadoras manteve sua linhas paralisadas nesta quinta-feira, 24. Algumas já estão sem produzir há dois dias e outras admitem que não devem retomar a operação antes de segunda-feira.
É o caso da FCA, Fiat Chrysler Automobiles. As fábricas de Betim (MG) e Goiana (PE) suspenderam a produção nesta quinta-feira por irregularidades no fluxo logístico decorrentes de bloqueio da malha viária no entorno das unidades.
A planta mineira fica exatamente às margens da Rodovia Fernão Dias, principal ligação com o Estado de São Paulo e palco de diversos bloqueios dos caminhoneiros ao longo dos últimos dias.
A empresa também decidiu antecipar para hoje e amanhã, 24 e 25 de maio, o inventário de peças e componentes em Betim. A prática, realizada semestralmente, afirma a FCA, demandaria exatos dois dias de paralisação das linhas de montagem.
Na Renault o cálculo é de que cerca de 2,6 mil veículos não foram produzidos nos dois dias em que a fábrica de São José dos Pinhais (PR), que conta com mais de 7,3 mil funcionários, está com as linhas de montagem paralisadas por deficiência no abastecimento de componentes.
Nesta quinta-feira foi a vez da planta de motores da montadora desligar as máquinas até que a logística produtiva seja restabelecida. A unidade fica no próprio complexo industrial Ayrton Senna em São José dos Pinhais, erguido à beira da rodovia que liga a região metropolitana de Curitiba ao Porto de Paranaguá. Na planta são fabricados diariamente 1,4 mil motores, perto de 30% para exportação.
Já a PSA, que produz veículos Peugeot e Citroën em Porto Real (RJ), permaneceu sem atividades novamente nesta quinta-feira. A montadora já havia interrompido a produção na quarta-feira e diz não saber ainda quando terá condição de retomar a produção.
Quase vizinha de muro da PSA, mas localizada em Resende, a MAN afirma que não produzirá seus caminhões e ônibus nesta sexta-feira por problemas no abastecimento de peças. “As áreas não ligadas à produção trabalharão normalmente”, acrescenta em nota.
Outra fabricante de caminhões e ônibus, a Scania paralisou por completo suas linhas em São Bernardo do Campo nesta quinta-feira e também não vai operar na sexta-feira. Em nota, a empresa informou que acompanha de perto os desdobramentos da greve e que fará uso do acordo de flexibilidade firmado com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para compensação dos dias parados.
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A Toyota também paralisou a produção nas fábricas de Sorocaba e Indaiatuba, ambas no interior paulista. As operações nas também paulistas Porto Feliz e São Bernardo do Campo estão mantidas. A montadora afirma que o movimento grevista já impactou a distribuição de veículos e autopeças para a rede de concessionárias e paralisou as operações de exportação.
Assim como a Toyota, a General Motors enfrenta dificuldades para distribuir seus veículos para a rede Chevrolet. Segundo nota da montadora, a greve prejudicou o fluxo logístico em suas fábricas, com reflexo nas exportações. “Com a falta de componentes, as linhas de produção começam a ser paralisadas”, acrescentou.
A Ford está com suas três fábricas de São Bernardo do Campo e Taubaté (SP) e Camaçari (BA) totalmente paralisadas. A Nissan admite apenas que o abastecimento de peças da fábrica da Nissan em Resende, RJ, foi comprometido e que “está envidando todos os esforços para minimizar o impacto na produção”. Já a Volkswagen afirma que “está avaliando os impactos e fazendo ajustes em seu programa de produção”.
Foto capa: Marcelo Pinto/APlateia/Divulgação FCA
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