Volkswagen agrada por mesclar qualidade construtiva e atributos de carros mais caros
Por George Guimarães | george@autoindustria.com.br
O Polo chegou às concessionárias em novembro do ano passado. Precisou de apenas três meses para se consagrar como o Volkswagen mais vendido no Brasil. No acumulado de janeiro a maio, foram emplacadas 29,2 mil unidades do hatch. Esse resultado lhe garante também a quarta colocação no ranking dos veículos mais vendidos no mercado interno.
Essa sua súbita ascensão confirma que a montadora estava, sim, carente de um produto no segmento e que o Polo dá conta de boa parte das carências e responde aos anseios do consumidor da marca.
Um fiel comprador da Volkswagen não encontrava, até o ano passado, alternativa de um hatch dentro da gama da marca entre o Gol e o Golf. E a passagem de um para outro representava um verdadeiro desfalque no proprietário do Gol, que, naturalmente, então voltava seus olhos e bolso para veículos mais acessíveis de outras marcas .
Pois o Polo é, sim, uma bem construída ponte entre os dois modelos, um estágio mais palpável para quem pretende ter um produto mais sofisticado do que um Gol e não pode ou não quer pagar o dobro para comprar um Golf.
Pode-se imaginar que o Polo é aquilo que os clientes gostariam de encontrar no Gol, seja em termos de conforto, acabamento e desempenho. Em especial das versões intermediárias para cima.
Mas quando se fala então da o 200 TSI Highline, dotada do motor 1.0 turbo de 128 cavalos flex e câmbio automático de seis marchas, aí até mesmo o consumidor do Golf começa a ponderar se não seria uma boa ideia economizar bons trocados. Não à toa a própria Volkswagen incialmente “vendeu” a imagem de que o o Polo é um mini-Golf.
Tirando algum exagero, a comparação é cabível , mas apenas com a Highline completa, cujo preço flerta com a barreira dos R$ 80 mil. Quando as opções são a intermediária 1.6 MS, a partir de R$ 56 mil, ou de entrada 1.0, que custa incialmente R$ 50 mil, bom negócio para o Polo é o confrontamento mesmo com o Gol.
AutoIndústria andou na versão topo de gama e pode assegurar que a semelhança com o veterano modelo de entrada da Volkswagen fica somente na aparência, algo, aliás, que chega a confundir a maioria dos observadores e que merecia algum reestudo por parte da montadora.
Basta observar a maciez do fechamento das portas para perceber que o Polo não é um Gol mais espaçoso ou mais bem acabado. Estruturalmente e em termos de segurança, está mais para seu bisneto.
A Highline prima ainda por apetrechos como partida com botão e chave presencial, borboletas para troca de marchas, painel digital, luzes auxiliares de manobras, comando de voz, um funcional sistema multimidia, câmera e sensores de manobra, piloto automático e ar-condicionado digital.
Dirigir o Polo 200 TSI é uma grata surpresa: a Volkswagen encontrou uma boa equação entre desempenho dinâmico e conforto graças a uma suspensão bem acertada.
E não é só na aceleração ou retomadas que o motor turbo tricilíndrico agrada: a economia é outro ponto alto. Andando a 100 km/h por estradas planas e com bom asfalto, o hatch esbarrou nos 19 quilômetros por litro de gasolina.
O Polo talvez seja, sim, o que o Gol deveria ter sido caso sua evolução não fosse interrompida há alguns anos, quando, simultaneamente, a Volkswagen desacelerou alguns projetos e resolveu investir alto no Up!.
Apesar de seus muitos atributos, o Up! tem público bem mais seletivo, tanto que nunca alcançou grande projeção nas vendas e hoje, com 8 mil unidades emplacadas nos primeiros cinco meses de 2018, é apenas o 31º veículos no ranking dos mais vendidos.
Fotos: Divulgação/Volkswagen
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