Por George Guimarães |george@autoindustria.com.br
A linha 2018 do Golf e Golf Variant começa a ser vendida na próxima semana. Os dois produtos foram apresentados oficialmente nesta quarta-feira, 13, em discreto evento. Não porque não merecessem mais holofotes, afinal ambos são carregados de tecnologias e recursos de segurança e conforto dignos de modelos de segmentos superiores.
A discrição no lançamento tem a ver mesmo com a própria expectativa da Volkswagen para os dois segmentos. Hatches médios e station wagons foram as principais vítimas dos utilitários esportivos no Brasil nos últimos quatro anos. Têm agora pálida lembrança da participação que ostentavam no início da década.
Em 2017, por exemplo, os hatches médios somaram 20,2 mil unidades vendidas, apenas 1% de todo o mercado interno de automóveis e comerciais leves. O mais vendido foi o Chevrolet Cruze, com 7,3 mil unidades, seguido pelo Ford Focus, com 4,7 mil, e pelo Golf, que registrou 3,9 mil emplacamentos e 19,5% de partipação no segmento.
Nos cinco primeiros meses deste ano a curva de desempenho de vendas seguiu apontando para baixo: foram emplacados 5,9 mil unidades de seis modelos do segmento, desprezíveis 0,6% do mercado total.
O caso das station wagons grandes é ainda mais dramático. No ano passado, os brasileiros compraram somente 875 unidades dos cinco modelos disponíveis, todos importados. A líder foi a Golf Variant, com 630 unidades emplacadas. Curiosamente, a segunda colocada, com 168 emplacamentos, foi a A4 Avant, modelo da Audi, outra marca do Grupo Volkswagen.
Em 2018 a situação não mudou nenhum pouco. Até maio foram negociadas 407 unidades de cinco modelos. Novamente o Grupo Volkswagen deteve perto de 90% de participação, com a Gol Variant respondendo por 285 emplacamentos e a Audi por outros 94.
E a expectativa de Gustavo Schmidt, vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen do Brasil, é de que o quadro permaneça esse mesmo nos dois segmentos daqui para frente. Os haches médios, calcula o executivo, devem responder por 0,9% do mercado brasileiro em 2018, estimado em 2,5 milhões de automóveis e comerciais leves.
” Os hatches médios tendem a virar produtos de nicho”, admite Schimidt, que, no entanto, apesar dos baixíssimos volumes projetados, descarta qualquer possibilidade de a Volkswagen deixar de produzir o Golf na fábrica de São José dos Pinhais (PR). “Queremos seguir atendendo a todos os públicos que tivermos no mercado interno”, afirmou.
Segundo ele, a ideia é de que o hatch seja, no Brasil, um precursor das novas tecnologias e recursos que a Volkswagen poderá adotar em seu produtos aqui, um formador de imagem.
“Costumamos dizer que o Golf é uma marca dentro de outra marca”, diz o executivo, que recorda que o modelo já ultrapassou 34 milhões de unidades vendidas em todo o mundo, desde o lançamento da primeira geração em 1974.
“ Os hatches médios tendem a virar produtos de nicho”
Apesar de todo esse prestígio, Golf e Golf Variant 2018 não escaparam do processo de redução de complexibilidade que a montadora adotou para sua gama no Brasil. A marca oferece cada vez menos versões e variações de pacotes para seus produtos.
Os dois novos produtos, se ganharamem retoques no desenho de para-choques, lanternas e farois — mais sofisticados, mas conhecidos na Europa há dois anos —, perderam a opção da transmissão manual. Ambos agora só automático. “O consumidor dessa faixa de produtos quer ter esse conforto, não adianta insistir com câmbio manual”, justifica Schmidt.
O hatch, portanto, será vendido em apenas três versões: a Comfortline TSI, com motor 1.0 de 128 cv, Highline 250 TSI, com motor 1.4 de 150 cv, e a GTI, dotada do motor 350 TSI que na linha 2018 passou por melhorias e desenvolve 230 cv. Já a oferta da Variant é ainda mais restria: importada do México, a station wagon terá somente as versões Comfortline e Highline com o motor 250 TSI .
Preços:
Golf Comfotline 1.0 TSI flex automático — R$ 91.790,00
Golf Highline 1.4 TSI flex automático — R$ 112.190,00
Golf GTI 2.0 TSI DSG gasolina automático — R$ 143.790,00
Variant Comfortline 1.4 TSI flex automático — R$ 102.990,00
Variant Highline 1.4 TSI flex automático — R$ 113.490,00
Todas as versões dos dois modelos, porém, ganharam mais equipamentos de série e ainda mais opcionais, além das três primeiras revisões gratuitas. Os faróis e as lanternas agora são em led e as luzes de direção têm movimento sequencial.
Internamente, os dois modelos trazem soluções e equipamentos já conhecidos de outros carros da marca, como Polo, Virtus ou Passat. A central multimida, de série em todas as versões, tem tela de 8 polegadas sensível ao toque. O GTI dispõe ainda de quadro de instrumento digital de 12,4 polegadas com vários modos de exibição.
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Há opcionais para todas as versões — alguns de preços bem salgados, como o teto panorâmico que sai por R$ 4.800,00 — e pacotes de conforto e de dispostivos de segurança e auxílio à condução completos. O Premium, por exemplo, custa R$ 9.900,00 e, dentre outros recursos, contempla ACC, ajuste automático de farol alto, avisos de fadiga, sistema Park Assist e a central Discover Media com GPS integrado.
Fotos: Divulgação VW
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