Valor acumulado até maio, 21,6% superior ao do mesmo período de 2017, reflete impacto da greve dos caminhoneiros nas exportações
Por Redação | autoindustria@autoindustria.com.br
O déficit comercial da indústria de autopeças atingiu US$ 2,8 bilhões no acumulado de janeiro a maio, valor 21,6% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, de quase US$ 2,3 bilhões.
A balança comercial do setor foi afetada pela paralisação do transporte de cargas em maio e as incertezas que afloraram com a crise financeira na Argentina, segundo informações do Sindipeças divulgadas na quinta-feira, 19.
De acordo com a entidade, o impacto da greve sobre as exportações foi sensivelmente maior do que nas importações. Em maio, as vendas para o exterior totalizaram US$ 532,3 milhões, com retração de 20,8% em relação a abril, enquanto as aquisições feitas lá fora somaram US$ 1 bilhão 153 milhões e recuaram apenas 5,9%. O déficit comercial, dessa forma, somou US$ 621,1 milhões em maio, avançando 12% em relação ao mês anterior.
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Na comparação com maio do ano passado, as exportações caíram 15% e as importações tiveram alta de 11,1%. O Sindipeças explica que no caso das vendas externas, a interrupção dos caminhoneiros impediu que os produtos alcançassem a zona portuária.
Já no que diz respeito às importações, mesmo que as mercadorias permaneçam nos depósitos alfandegários, o desembaraço das compras ocorre assim que é feito o registro no sistema do MDIC (Siscomex). “Por isso, as estatísticas mostram que as exportações foram mais afetadas pela greve do que as importações”, esclarece o Sindipeças.
Também contribuiu para esse comportamento a desvalorização do real, e, sobretudo, a instabilidade do câmbio. A paridade com o dólar passou de R$ 3,21 em janeiro para R$ 3,64 em maio, ou seja, uma depreciação da ordem de 13,4%.
A Argentina segue como principal parceira comercial do setor automotivo brasileiro. Com 30,6% de participação no volume total exportado, o mercado argentino absorveu 13% a mais de autopeças brasileiras no acumulado até maio frente a igual período do ano anterior. Na sequência vêm os Estados Unidos, México, Alemanha e Chile, com respectivas participações de 17,9%, 10,3% e 7,3% e 3,4%.
Com respeito à origem das importações, a China prossegue com participação de 12,4% no total importado. Alemanha e Estados Unidos, com 11,8% e 11,3%, respectivamente, vêm logo abaixo no ranking.
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